Mostra de pintura a óleo «Ares e Mares» de J. Eduardo homenageia Algarve em Portimão

Após o sucesso da exposição «100 anos, 100 sardinhas», o espaço Multiusos do Mercado Municipal de Portimão inaugura, no dia 9 de agosto, a mostra «Ares e Mares», da autoria do pintor J. Eduardo, que mantém fortes ligações ao Algarve.
Recorde-se que esta valência do equipamento municipal foi requalificada de modo a criar condições para acolher iniciativas culturais e outras no mesmo âmbito, tendo a intervenção sido concluída e inaugurada em dezembro de 2024.
Esta é, portanto, a segunda exposição patente após essa intervenção, numa aposta da Câmara Municipal de Portimão em descentralizar a arte e a cultura, atingindo um público-alvo mais abrangente.
O espaço Multiusos está inserido num equipamento que, no concelho, é o que recebe o maior número de cidadãos.
Num dia de forte afluência, como tradicionalmente é o caso dos sábados, este Mercado Municipal é frequentado por uma média de 5500 pessoas, que são, em paralelo, potenciais visitantes das iniciativas apresentadas neste espaço.
A mostra de J. Eduardo apresenta agora um tema também próximo da maioria deste público-alvo, pois o autor retrata a região em tela pintada a óleo, através de um olhar e perspetiva de alguém que admirou e usufruiu a beleza natural do Algarve, onde a luz se cruza com as cores do mar e das rochas, a areia da praia e o cheiro da maresia.
No campo, o suave aroma das estevas, a beleza das flores de amendoeira que cobriam o solo fazem, ainda hoje, parte das suas memórias, sentimentos que deixa expressos nas telas brancas, com a ajuda da espátula.
É uma singela homenagem ao seu Algarve, aquele de que se recorda e que continua a sentir nas suas memórias.
«O meu pai é um pássaro do mundo. Se ele não tivesse sobrevoado ares e mares, para conhecer a minha mãe, eu nem existia. Para mim, não há âncora mais segura que um «asabraço» dele. Como piloto, atravessou os céus, mas foi a pintar que ele trouxe o horizonte para casa», descreve Mara Jesus, filha do artista em jeito de sinopse.
«Quando pega na paleta, a sua alma espraia-se pela tela. A luz e as sombras, que só a natureza cria, são as suas musas. Em cada quadro seu, abre-se uma janela inspiradora, com vista para o campo ou para o mar. Nesta exposição, o Algarve é pintado a óleo, com o amor de quem aqui cresceu», afirma ainda.
A mostra pode ser visitada entre os dias 9 de agosto e 4 de outubro, das 07h00 às 14h00 e das 17h00 às 20h00. O Mercado Municipal de Portimão, situado na Avenida São João de Deus, encerra aos sábados à tarde e aos domingos.
Sobre o autor:Pintor autodidata, J. Eduardo é piloto de profissão e cresceu no Algarve. Desde sempre um apaixonado pelo desenho, realizou diversos trabalhos a carvão e tinta da china, mas foi na pintura a óleo que encontrou um dos seus hobbies.
Experimentou esta técnica quando tinha 19 anos, mas dois anos depois ingressou no serviço militar e só, mais tarde, em 1993 voltou a retomar esta paixão. No ano seguinte inaugurou a sua primeira exposição individual em Lisboa, na Galeria da APPLA.
Algumas das suas obras foram adquiridas por colecionadores particulares de vários países da Europa e, no seu percurso, constam ainda diversas exposições individuais, entre 1994 e 1996, na Galeria de Arte da APPLA e na Galeria de Arte da Gan-Vie, ambas em Lisboa, no Auditório Beatriz Costa, em Mafra, e na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira.
Expôs também em mostras coletivas, entre 1994 e 2008, em eventos ou locais como o 3.º Salão Internacional de Pequeno Formato, o Grande Prémio TAP Expoarte, a Academia da Força Aérea (Sintra), e o Estado Maior da Força Aérea (Alfragide), a IV Bienal de Arte de Expressão Figurativa de Alenquer, o Salão Convívio Ano 2006, na Sociedade Nacional de Belas Artes, ou a Galeria de Arte Paletro, em Coimbra.
Membro da Sociedade Nacional de Belas Artes, é mencionado nos livros «Aspectos das Artes Plásticas III em Portugal», «Arte 98» e «Anuário de Artes Plásticas 2003», de Fernando Infante do Carmo.
Está representado também nos DVD «Naturalismo: Arte Maior Vol. 4 e 5» e «Figurativo nas Artes Plásticas em Portugal no Séc. XXI», de Afonso Almeida Brandão.
Barlavento