O manguezal que uma comunidade de pescadores artesanais no Equador está ajudando a proteger e que é fundamental na luta contra a crise climática.


Equador
A Ilha de Puerto Buena Vista, no Equador, abriga uma pequena vila de pescadores de caranguejo no meio do Golfo de Guayaquil: 140 pessoas, 30 famílias, cujas casas — espremidas umas nas outras — são uma fileira de tons de azul, vermelho, amarelo e verde. O acesso é feito por um cais artesanal, feito de madeira tão fina que parece que vai rachar a qualquer momento. Na esplanada da vila, um pedaço de terra rachado e erodido pela água que o invade a cada estação chuvosa, 10 pescadores de caranguejo se reúnem para conversar. À frente deles: o manguezal.

César Rodríguez é presidente de Puerto Buena Vista há quatro meses. Ele tem 25 anos, mas já "caga" desde a adolescência.
Foto: Alexis Serrano Carmona
Há 11 anos, a Associação de Pesca Artesanal de Puerto Buena Vista — que começou com 18 pescadores de caranguejo e agora conta com 25 — participa do programa "Acordos de Uso e Manejo Sustentável para Ecossistemas de Manguezais (Auscem)". Por meio desse programa, o Ministério do Meio Ambiente concede extensões de terra de manguezais como concessões, permitindo que extraiam caranguejos e os vendam como meio de subsistência, além de se tornarem seus guardiões.
O programa teve início em 1999 e, segundo especialistas consultados para este relatório, tem sido um mecanismo eficaz para conter o desmatamento massivo de manguezais ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980, em meio ao boom da pesca de camarão e à expansão urbana. Durante esse período, o Equador perdeu mais de 27% da vegetação de manguezais do país.
Atualmente, segundo dados do Ministério, há mais de 98.000 hectares sob concessão a diversas associações em cinco províncias costeiras do Equador: Guayas, Esmeraldas, El Oro, Manabí e Santa Elena. Isso representa 62% dos 157.000 hectares de manguezais do país. Mais dez pedidos estão pendentes.
E é graças a esse programa, segundo especialistas, que as reservas de manguezais do país permaneceram praticamente inalteradas ao longo deste século: ao confiar os manguezais a essas comunidades, geram um sentimento de pertencimento e a necessidade de protegê-los. Dessa forma, preenchem uma lacuna na incapacidade do Estado de exercer um controle efetivo em áreas tão remotas como Puerto Buena Vista.

O píer de entrada de Puerto Buena Vista é feito à mão. É a primeira imagem que temos da comunidade.
Foto: Alexis Serrano Carmona
As comunidades que ocupam as margens do Golfo de Guayaquil desempenham um papel vital, pois aqui se encontram 80% dos manguezais do Equador. Além da Ilha Puerto Buena Vista, a área também inclui a Ilha El Conchal, Ilha Puerto Salinas, Ilha Santa Rosa, Ilha Las Loras, Ilha San Vicente, Ilha Tamarindo, Ilha Puerto Roma e Ilha Puerto La Cruz. Para se localizar e marcar seus mapas, os moradores usam nomes inventados por seus antepassados: La Zanja, La Caleta, La Punta de la Virgen, El Letrero.
Nas informações fornecidas para este relatório, o Ministério explica que, ao aderir ao programa, essas associações de pesca de caranguejo se comprometem, entre outras coisas, a: proteger esse ecossistema e relatar qualquer impacto; apresentar um plano de gestão e cumpri-lo; usar apenas equipamentos de pesca permitidos; cumprir as temporadas de defeso (períodos durante os quais a coleta de caranguejo é proibida) e os tamanhos mínimos de captura.
A vida dos pescadores de caranguejo gira em torno dos manguezais. É um ofício herdado e ensinado às crianças a partir dos 12 anos. A espécie que pescam é o caranguejo-vermelho (Ucides occidentalis). Como a concessão permite a captura apenas de caranguejos machos adultos — com concha de pelo menos 7,5 centímetros —, a primeira coisa que eles precisam aprender é diferenciá-los de fêmeas e filhotes. "Você começa vendo o tamanho do buraco e a quantidade de lama que um caranguejo solta de sua toca", diz um dos pescadores de caranguejo reunidos na praia. "Um buraco grande e muita lama significa um macho", explica outro. "No verão, você também pode ver o tamanho da pegada na areia."
César Rodríguez, o presidente da comuna, oferece outra explicação mais técnica: “Também se deve ao cefalotórax do caranguejo. É assim que se chama a região do 'umbigo': no macho, é fina e achatada; na fêmea, é redonda, como uma barriga. É impossível não notar. Além disso, a perna da fêmea é pequena e irregular, com muitos pontos; a do macho é grande e lisa, sem pontos. De longe, já dá para saber se é macho ou fêmea.”

Imagem da floresta de manguezal na região do Golfo de Guayaquil. Puerto Buenavista possui atualmente 450 hectares sob concessão.
Foto: Alexis Serrano Carmona
Rodríguez é casado, mas não tem filhos. Comprou um barco a prazo, que pagou em um ano e meio, e agora ganha US$ 250 por mês graças ao uso sustentável de caranguejos.
A Associação Puerto Buenavista protege 450 hectares de floresta. Eles trabalham de segunda a sábado e, em um dia bom, Rodríguez consegue capturar cerca de 56 caranguejos, que ficam amarrados em uma longa linha chamada "plancha". Ele consegue vender essa mesma plancha no mercado de Caraguay por cerca de US$ 45 ou US$ 50.
Aos domingos, porém, eles se revezam em ordem alfabética para percorrer o manguezal. Eles chamam isso de "rotina de custódia". "Cada rotina leva duas horas e envolve duas pessoas", diz Rodríguez.
Em 11 anos, eles só flagraram pessoas cortando seus manguezais uma vez. Foi em 2016, e eram funcionários de uma das fazendas de camarão. Eles notificaram o Ministério do Meio Ambiente, conforme estipulado no acordo, e as autoridades tomaram providências. A exploração madeireira parou. Não aconteceu mais.

Vista panorâmica da Ilha de Puerto Buena Vista.
Foto: Alexis Serrano Carmona
Puerto Buena Vista não tem água potável, sistema de esgoto ou qualquer tipo de serviço telefônico. Há internet sem fio, que funciona apenas em algumas áreas, e eletricidade apenas entre 18h e 23h, graças a um gerador que compraram em uma campanha de arrecadação de fundos. A água que usam para tomar banho, tomar banho e lavar roupa vem de um poço que cavaram para chegar a uma fonte de água doce; e a água que usam para beber é comprada de barcaças que passam por cada ilha semanalmente. Eles cobram US$ 3,50 por um tanque de 240 litros, que dura a semana toda.
A única escola da região se chama Gabriel García Márquez. Fica nos fundos da vila, cercada por um mercado, a igreja, crianças correndo e uma senhora idosa observando tudo pela janela de sua casa.
Ninguém dá aula no ensino médio. Quando as crianças completam 14 ou 15 anos, é hora de começar a pescar caranguejos.
A temporada de pesca é encerrada duas vezes por ano: uma vez em fevereiro, época de acasalamento dos caranguejos; e outra em agosto ou setembro, época da muda. Como a pesca é proibida, eles se abastecem e passam esses meses a maior parte do tempo em casa.

Um dos pescadores de uma das associações locais lava um saco de caranguejos após seu trabalho diário.
Foto: Alexis Serrano Carmona
“A vida nos manguezais é um verdadeiro espetáculo”, afirma a bióloga Natalia Molina, professora pesquisadora da Faculdade de Ciências Ambientais da Universidade Espírito Santo (UEES) em Guayaquil. Ecologicamente, ela explica, os manguezais possuem condições únicas que os diferenciam de outros ecossistemas: são considerados anfíbios porque vivem entre a água e a terra; e prosperam em água salobra, uma mistura de água doce e salgada.
Isso lhes confere uma tremenda capacidade de reter carbono. "Há uma riqueza de carbono orgânico (de organismos vivos) armazenado nos manguezais, em um ritmo mais rápido e em maiores quantidades do que em outros ecossistemas", afirma.
Por que eles retêm mais carbono? A troca de água doce e salgada permite que a ciclagem de nutrientes ocorra muito mais rapidamente do que em outros ecossistemas: quando a maré sobe, muitos organismos marinhos chegam, contribuindo para a degradação; quando a maré recua, inúmeras bactérias permanecem, acelerando todos os processos biogeoquímicos no solo.
"Nas florestas tropicais, toda a matéria orgânica é removida do solo pela chuva, e o carbono é armazenado nas partes expostas ao ar (biomassa acima do solo). Nos manguezais, a matéria orgânica e o carbono se acumulam no solo, até dois metros de profundidade", acrescenta o pesquisador Molina.
Além disso, como árvores e arbustos com "flora lenhosa" (que desenvolvem caules fortes e robustos, cobertos por casca, o que lhes confere força e suporte vertical, permitindo-lhes crescer em altura para competir pela luz solar), eles possuem uma grande quantidade de serrapilheira, que se decompõe rapidamente graças a complexos bacterianos únicos, favorecendo o armazenamento de carbono. "E um terceiro fator", continua o especialista, "é a troca constante de nutrientes devido à influência da maré."

Imagem de uma porção de floresta de manguezal no Golfo de Guayaquil, onde estão localizados 80% dos manguezais do país.
Foto: Alexis Serrano Carmona
Essa capacidade dos manguezais ajuda a reter rapidamente os gases de efeito estufa. Para Molina, isso representa um grande benefício para o meio ambiente. Mas também há benefícios para as comunidades que vivem ao seu redor: "Elas têm um ambiente muito mais saudável, um ar mais limpo, o que é benéfico para a saúde delas. E agora se fala até em buscar compensação financeira pelo carbono azul que os manguezais retêm, o que poderia representar um benefício adicional para essas pessoas", afirma a especialista, embora esclareça que o valor de cada tonelada de carbono azul retida pelos manguezais ainda não foi determinado.
Em 2024, a UEES publicou o "Guia dos Manguezais do Equador", um projeto liderado por Molina que identificou 13 espécies. Uma foi classificada como "quase ameaçada", quatro como "vulneráveis", sete como "pouco preocupantes" e uma não foi avaliada.
Para explicar as funções dessas espécies, Molina as compara a uma equipe. Em primeiro lugar, estão os manguezais vermelhos, que servem como protetores: “Os manguezais protegem o litoral, capturando a salinidade que vem do mar. Onde os manguezais foram removidos, o solo se torna salino. Eles também nos protegem de ondas e tempestades.”
Na segunda fileira, mais para o interior, estão os manguezais branco e preto, com raízes em formato de lápis e outra função: estabilizar o solo. E mais atrás, na terceira fileira, estão outros que Molina chama de "facultativos", como o manguezal-botão, que perde suas folhas e serve de alimento para muitos organismos.
“É uma obra de arquitetura maravilhosa, um condomínio com espaço para todos”, diz Molina.

Graças ao sistema de acordos de uso sustentável, 62% dos 157.000 hectares de manguezais no Equador são protegidos por essas comunidades.
Foto: Alexis Serrano Carmona
A 10 minutos de barco da Ilha de Puerto Buena Vista fica a Ilha de Puerto Roma, a mais populosa do Golfo, com 1.500 habitantes, 95% dos quais dependem da pesca de caranguejo. Seu cais é amplo e feito de materiais resistentes. Possui um centro comunitário, um pequeno campo de futebol, uma longa rua que começa seca, mas termina tão lamacenta quanto os manguezais; e, ao lado de vários barcos atracados, pescadores lavando caranguejos da pesca do dia.
A cidade — como tantas outras — foi construída com base na migração. "Meu avô me contou que no início eram três casinhas", conta Máximo Jordán, presidente da Associação 21 de Maio. "Depois, foram oito, quinze, e assim por diante. Há pessoas de muitos lugares, e elas aprenderam a ser criadoras de caranguejo."

Vista da entrada da Ilha de Puerto Roma, a partir das águas do Golfo de Guayaquil.
Foto: Alexis Serrano Carmona
Eles também não têm água encanada nem telefone; a internet chegou com a pandemia porque as crianças não conseguiam estudar. Eles têm um gerador mais potente e eletricidade das 17h30 à meia-noite.
Em Puerto Roma, há 316 coletores de caranguejo: 230 na Associação 21 de Maio e 86 na Cooperativa 4 de Outubro. Eles cuidam de 3.000 hectares de manguezais. Para realizar suas patrulhas, eles se organizam em grupos de 12 ou 14 pessoas, com quatro viagens por semana. "Os dias não são fixos, mas sim rotativos. E os horários também: às vezes às 5 ou 6 da manhã, às vezes às 2 ou 3 da tarde", explica Jordán.
Em 11 anos de concessão, eles também não registraram nenhum caso de exploração madeireira, mas lutam semanalmente contra uma técnica de pesca que chamam de "armadilha". Para fazer a armadilha, os pescadores de caranguejo que invadem seus manguezais colocam redes sobre a entrada da toca do crustáceo; quando o caranguejo emerge, fica preso. A rede é colocada com raízes que eles quebram e cravam como estacas. O manguezal é danificado, e muitas fêmeas e filhotes caem na armadilha.
“Cada caranguejo fêmea pode ter mais de 260.000 filhotes por vez, e eles os capturam com armadilhas. Isso é proibido, mas é feito”, diz Jordán. É por isso que, sempre que encontram alguém armando uma armadilha, eles o forçam a recuar; e em suas patrulhas, dedicam-se a remover as armadilhas e libertar o máximo de fêmeas possível.

Máximo Jordán (camisa xadrez) é presidente da Associação 21 de Maio em Puerto Roma.
Foto: Alexis Serrano Carmona
“Se não tivéssemos essa estratégia (de concessão de áreas de manguezal), teríamos muito menos manguezal agora”, diz a bióloga Natalia Molina, da UEES. “Se falarmos apenas de vegetação”, acrescenta ela, “em 37 anos (entre 1969 e 2006), perdemos 27%, o que equivale a cerca de 56.000 hectares. Mas se incluirmos as restingas — as esplanadas dentro do manguezal que desempenham um papel vital — perdemos 50%. Embora isso não signifique que elas não existam mais, essas estratégias (como as patrulhas) conseguiram conter a exploração madeireira.”
A apresentação do "Guia dos Manguezais do Equador" afirma: "Em nível nacional, os manguezais têm sido explorados para obtenção de madeira, carvão e taninos. Mas o impacto mais significativo foi a conversão de áreas de manguezais para aquicultura, produção de sal e agricultura (...) Somente entre as décadas de 1970 e 1990, o Equador perdeu 27,6% de suas florestas de manguezais, principalmente devido à indústria do camarão e à expansão urbana."

A imagem mostra como trechos de manguezais foram cortados para construir tanques de camarão.
Foto: Alexis Serrano Carmona
A indústria do camarão é a queridinha da economia equatoriana. No primeiro trimestre deste ano, ocupou o primeiro lugar entre as exportações não petrolíferas, representando vendas totais de mais de US$ 1,8 bilhão e 326.000 toneladas.
Ao longo do Golfo de Guayaquil, os lugares onde os manguezais são repentinamente cortados por lagoas de camarão são claros; barcos de pesca frequentemente cruzam caminhos com barcaças — grandes embarcações — que podem transportar centenas de quilos de ração para camarão, tratores, caminhões basculantes e outras máquinas usadas pelos exportadores.

Este navio transporta ração para camarão e outros suprimentos para uma das empresas exportadoras.
Foto: Alexis Serrano Carmona
Pablo Guerrero, diretor de conservação marinha do WWF, estuda o manguezal há cinco anos. Ele descreve três fases: a primeira (o "boom do camarão"), que viu o desmatamento acelerado para estabelecer as lagoas; a segunda (de 1990 a 2000), que ele chama de fase de estabilização, quando a expansão da exploração madeireira foi interrompida; e uma terceira, um período de recuperação por meio desses contratos de concessão.
Atualmente, ele acrescenta, a exploração madeireira é mínima — algumas fazendas de camarão, pessoas procurando sua madeira —, mas o número de hectares de manguezais permanece estável há 26 anos, e isso é um "bom indicador".
Após analisar 20 áreas de concessão na província de El Oro, a tese "Eficácia dos Acordos de Uso e Manejo Sustentável de Manguezais", publicada em 2019 pela Universidade Técnica Particular de Loja (UTPL), conclui que: "Eles são uma ferramenta eficaz para a conservação do ecossistema de manguezais e para a economia das comunidades ancestrais".

Os barcos que entram em Puerto Roma oferecem uma imagem muito marcante e colorida.
Foto: Alexis Serrano Carmona
O WWF, juntamente com outras organizações como a Conservation International e a The Nature Conservancy, faz parte da Global Mangrove Alliance. O capítulo do Equador inclui membros da academia, comunidades e cientistas.
Como parte de seu trabalho, o WWF não apenas forneceu rádios de comunicação e computadores a comunidades como Puerto Buena Vista, mas também auxiliou na demarcação e marcação da área de concessão e na elaboração de relatórios. "O importante é que as comunidades exerçam o automonitoramento", diz Guerrero.
"É uma estratégia fantástica", diz ele, "porque o Ministério do Meio Ambiente não tem capacidade de fiscalização em locais remotos. Empoderar a comunidade, com os direitos que lhe são conferidos pela concessão para administrar a área, é bom, porque eles são os mais interessados em garantir que tudo seja preservado. E prestam um serviço ao Estado, que está localizado em Quito e Guayaquil, longe de onde a ação acontece."
Atualmente, ele acrescenta, a exploração madeireira é mínima — algumas fazendas de camarão, pessoas procurando sua madeira —, mas o número de hectares de manguezais permanece estável há 26 anos, e isso é um "bom indicador".
Após analisar 20 áreas de concessão na província de El Oro, a tese "Eficácia dos Acordos de Uso e Manejo Sustentável de Manguezais", publicada em 2019 pela Universidade Técnica Particular de Loja (UTPL), conclui que: "Eles são uma ferramenta eficaz para a conservação do ecossistema de manguezais e para a economia das comunidades ancestrais".
O WWF, juntamente com outras organizações como a Conservation International e a The Nature Conservancy, faz parte da Global Mangrove Alliance. O capítulo do Equador inclui membros da academia, comunidades e cientistas.
Como parte de seu trabalho, o WWF não apenas forneceu rádios de comunicação e computadores a comunidades como Puerto Buena Vista, mas também auxiliou na demarcação e marcação da área de concessão e na elaboração de relatórios. "O importante é que as comunidades exerçam o automonitoramento", diz Guerrero.
Os criadores de caranguejo sorriem espontaneamente. César Rodríguez, presidente de Puerto Buena Vista, diz que aderir e fazer parte dos acordos de conservação foi uma boa decisão: “Ajudou a proteger o manguezal, a entender sua importância, assim como a do nosso crustáceo, o caranguejo. Queremos que seja algo duradouro, algo que alcance a todos nós. Parece que é nosso, nosso manguezal. É por isso que cuidamos dele dessa maneira, para que ninguém o corte, para que ninguém o invada.”

Um dos pescadores de caranguejo de Puerto Roma, ao chegar do trabalho diário.
Foto: Alexis Serrano Carmona
O sol ainda não nasceu completamente e, às vezes, nuvens escuras cobrem o Golfo de Guayaquil. As decisões de Donald Trump nos Estados Unidos em relação à cooperação internacional forçaram as organizações que os apoiavam a suspender temporariamente seu trabalho. Mas Pablo Guerrero, do WWF, afirma que eles estão buscando outras fontes de financiamento para retomar vigorosamente o processo nos manguezais.
A viagem de volta leva mais uma hora e, ao chegar a Guayaquil, a primeira coisa que se vê é o mercado de Caraguay, o maior mercado de frutos do mar do Equador. A plataforma onde os pescadores vendem seus produtos é uma praça de cimento repleta de atividade constante. Os pescadores de caranguejo são deixados para trás, retomando suas rotinas de cuidar e proteger os manguezais.
(*) Este artigo faz parte de um especial colaborativo entre Mongabay Latam, EL TIEMPO, La Barra Espaciadora e Runrun.es
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