Ministra da Saúde recusa relacionar morte de utente e greve do INEM

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, fala aos jornalistas após a reunião do Conselho de Ministros sobre o Plano de emergência e transformação na saúde, realizada na Residência Oficial, em São Bento, Lisboa, 29 de maio de 2024. FILIPE AMORIM/LUSAfilipe a
A ministra da Saúde recusou hoje uma relação direta entre a morte do utente de Bragança e a greve dos técnicos do INEM no final de 2024, reiterando que não desistirá de resolver os problemas.
Numa declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas, Ana Paula Martins disse que pediu ao inspetor-geral das Atividades em Saúde o relatório completo referente ao caso do utente, de 86 anos, que morreu de enfarte de miocárdio a 31 de outubro de 2024.
Segundo o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), o homem tinha uma probabilidade de sobrevivência, embora reduzida.
Ao início da noite de hoje, no Ministério da Saúde (Lisboa), a governante defendeu que “o relatório não faz uma ligação direta entre esta morte e a greve”.
“O relatório diz que o quadro clínico da vítima – e cito de novo: ‘inviabiliza, nestas circunstâncias, o estabelecimento de um nexo de causalidade entre o atraso no atendimento por parte do CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes] e a morte ocorrida’”, afirmou.
No entanto, a ministra reconheceu que “houve atrasos claros no atendimento e, por isso, na prestação do socorro”. E admitiu que a falta de “nexo de causalidade” não deixa o Governo descansado, dizendo que o “mau funcionamento não se voltará a repetir”.
“Todos os dias o INEM recebe, em média, 4.434 chamadas e presta socorro a 4.100 pessoas. Destas, perto de 800 são doentes graves de prioridade máxima. Tirar consequências políticas de situações semelhantes às passadas, significa como tenho sempre dito, resolver os problemas e não atirar a toalha ao chão”, sublinhou.
jornaleconomico