Sim, Portugal precisa de uma AD maior

Pedro Nuno Santos afirmou recentemente que “o país não precisa de uma AD maior, precisa de um governo melhor”. A frase é profundamente enganadora, mas pior, é mentira.
Portugal esteve, durante quase oito anos, nas mãos de um governo socialista que, apesar de ter contado com maiorias confortáveis no Parlamento, pouco fez para modernizar o país, resolver problemas estruturais ou recuperar a confiança dos cidadãos na política. Pelo contrário: mergulhámos na estagnação, em escândalos sucessivos e numa administração pública paralisada.
Foi nesse contexto que a Aliança Democrática (AD), o Governo do PSD-CDS, chegou ao poder, há cerca de 11 meses. Herdou um país cansado, desconfiado, sem ambição. E, mesmo sem uma maioria absoluta, em menos de um ano a AD começou a mostrar resultados concretos e reformas que fazem a diferença no dia-a-dia dos portugueses.
Entre as medidas já em marcha estão a descida do IRC, que procura atrair investimento e aumentar a competitividade económica, a criação de um regime fiscal mais justo para os jovens – o IRS Jovem –, a valorização das pensões mais baixas, e a gratuitidade de medicamentos essenciais para os idosos; a recuperação do tempo de serviço dos professores e a valorização de diversas carreiras da função pública, com destaque para as forças de segurança, frequentemente negligenciadas pelos anteriores governos de esquerda.
Na imigração, o governo herdou um cenário de total descontrolo. Sob o PS, bastava alguém aterrar em Portugal e apresentar uma “manifestação de interesse” para entrar na fila da legalização — sem contrato, sem garantias, sem critério. O resultado foi um sistema saturado, exploração laboral em crescimento e milhares de pessoas a viver na precariedade, muitas nas mãos de redes de tráfico. A AD pôs fim a esse desvario: agora, só entra quem tem contrato de trabalho desde o país de origem. Com o novo Plano de Ação para as Migrações, criou equipas de fiscalização, travou abusos e devolveu ordem a um sistema que estava à beira do colapso.
Na defesa, o cenário era semelhante: abandono, desmotivação e falta de investimento. A AD começou a corrigir o rumo. Está a melhorar as condições de vida e trabalho nas Forças Armadas, desde os salários até ao reequipamento, porque sabe que a defesa nacional não é uma nota de rodapé. Vivemos num tempo de incerteza geopolítica — com uma guerra em curso na Europa e ameaças à estabilidade no Atlântico e no Norte de África. Ignorar isso, como fez o PS, é irresponsável. Fortalecer a nossa capacidade militar é garantir soberania e segurança.
Estas são políticas com impacto directo nas famílias, nos trabalhadores, nas empresas, mas também no prestígio do Estado e na confiança no futuro. São reformas corajosas, concretas e urgentes. E só com uma AD mais forte é possível levá-las até ao fim.
Dizer que a AD não é o “governo melhor” é fechar os olhos a uma realidade: este executivo conseguiu, em tempo recorde e com uma base parlamentar frágil, aprovar um orçamento com responsabilidade, iniciar reformas estruturais, e devolver alguma esperança aos Portugueses. A alternativa é bem conhecida. Com o PS, vivemos a novela permanente de ministros a cair, casos e “casinhos”, a paralisia no SNS, e uma governação centrada em controlo político e não em resultados. Recorde-se que, só em 2022-2023, 13 membros do governo socialista pediram a demissão. Isso é que não é – nunca foi – um “governo melhor”.
Portugal precisa, sim, de uma AD maior. Precisa de um governo com força para reformar, decidir e governar. A economia precisa de confiança. Os cidadãos e as empresas precisam de previsibilidade. As instituições precisam de autoridade legítima para reformar o que está velho e corroído.
Por isso, não se deixem enganar por frases feitas ou truques de palco. Quando Pedro Nuno diz que não precisamos de uma AD maior, o que ele está mesmo a dizer é que quer voltar ao passado.
Nas próximas eleições, é altura de escolher mais ambição, mais reformas e mais futuro. É altura de dar à AD a maioria que merece — e que Portugal precisa.
observador