As exportações do Brasil para os EUA caíram 18,5% em agosto.

As exportações do Brasil para os Estados Unidos, seu segundo maior parceiro comercial, caíram 18,5% em agosto em comparação ao mesmo mês do ano passado, para US$ 2,8 bilhões, segundo dados publicados quinta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
As vendas para a China, principal destino das exportações brasileiras, aumentaram 29,9%, para US$ 9,6 bilhões. Os embarques para a Argentina (40,4%, para US$ 1,6 bilhão) e o México (43,8%, para US$ 790 milhões) também aumentaram, sugerindo um possível desvio de produtos originalmente destinados aos Estados Unidos.
Vale lembrar que o governo Donald Trump aumentou as tarifas sobre produtos brasileiros de 10% para 50% a partir de agosto, ao mesmo tempo em que expressou apoio ao ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que está sendo julgado por supostamente orquestrar uma tentativa de golpe após sua derrota nas eleições de 2022.
Washington excluiu vários produtos da tarifa mais alta, incluindo aviões e suco de laranja, mas outros produtos essenciais na pauta de exportação do Brasil, como café e carne bovina, foram afetados.
Por outro lado, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto. Esse resultado foi 35,8% superior ao do mesmo período do ano passado, sempre com base na média diária, no auge da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
As exportações totais atingiram US$ 29,861 bilhões no mês, um aumento de 3,9% em relação a agosto do ano anterior. As importações atingiram US$ 23,728 bilhões, uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 227,583 bilhões, um aumento de 0,5% em relação ao mesmo período de 2024. As importações atingiram US$ 184,771 bilhões, um aumento de 6,9%. O fluxo comercial, a soma das exportações e importações, atingiu US$ 412,354 bilhões, um aumento de 3,2%.
As exportações agrícolas cresceram 8,3% em agosto, sempre calculadas pela média diária, em comparação com o mesmo mês do ano passado. A indústria extrativa registrou um aumento de 11,3%, enquanto as remessas da indústria de transformação diminuíram 0,9%.
No mês passado, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, disse que as negociações comerciais com os Estados Unidos foram paralisadas devido ao que ele chamou de uma demanda "impossível" do governo do presidente Donald Trump.
"As negociações não estão acontecendo simplesmente porque os Estados Unidos querem que ajamos contra a Constituição e que o poder executivo interfira nas decisões judiciais", disse ele durante um evento organizado pela CNBC e pelo Financial Times em São Paulo.
Eleconomista