Manolo de la Calva, metade da Dupla Dinâmica, morre aos 88 anos.

Manolo de la Calva, integrante do Dúo Dinámico, faleceu aos 88 anos. Seu companheiro, Ramón Arcusa, foi quem deu a notícia nas redes sociais: “Minha alma gêmea, mais que um irmão, um companheiro de cem aventuras e mil canções, nos deixou hoje”, disse ele no X. “Não chorem por ele, ele não iria querer. Ele era a alma do Dúo, sempre alegre, otimista, positivo. Cantem com ele nesta despedida. Obrigado por tanto, meu amigo. Você é eterno. Cuide-se onde quer que esteja. Sentiremos muita falta de você”, escreveu.
"Estamos devastados", disse Arcusa a este jornal quando contatada após a notícia. Manolo e Ramón são amigos há setenta anos. Quando falamos do El Dúo Dinámico, estamos falando da banda mais antiga da música popular espanhola, que permaneceu ativa até muito recentemente, uma dupla artística que tem sido parte essencial da trilha sonora emocional não de uma, não de duas, mas de muitas gerações de espanhóis.
Manolo de la Calva, minha alma gêmea, mais que um irmão, um companheiro de cem aventuras e mil canções, nos deixou hoje. Não chorem por ele, ele não iria querer. Ele era a alma do Dúo, sempre alegre, otimista e positivo. Cantem com ele nesta despedida. Obrigado por tanto, meu amigo. Já… pic.twitter.com/JMZx8EbB1P
— Dupla Dinâmica Oficial (@DD_ManoloRamon) 26 de agosto de 2025
Depois de se conhecerem em 1956, quando tinham apenas vinte anos, enquanto trabalhavam como desenhistas na fábrica de motores de aeronaves Elizalde SA, em Barcelona, eles uniram forças pela primeira vez para animar a festa de Natal da empresa em 1958.
Eles já frequentavam o clube de jazz Hondo da cidade para participar de jam sessions, mas sua estreia oficial aconteceu apenas uma semana depois do recital na fábrica, nos estúdios da Rádio Barcelona, onde se apresentaram como Dynamic Boys para um apresentador que rejeitou o anglicismo e os batizou com o nome que guardariam (quase) para sempre.
Eles fizeram sua estreia musical pela Odeon Gramophone (EMI) com dois EPs lançados em 1959, contendo as músicas "Linda Muñeca" e "Recordándote". Seu cover de "Oh Carol", de Neil Sedaka, também foi bem recebido, mas no ano seguinte, o lançamento de "Fifteen Years Has My Love" os lançou ao estrelato, auxiliado por sua inclusão na trilha sonora do filme "Anchor Button", no qual estrelaram.
O rock'n'roll ainda não havia explodido na Espanha, mas eles ousaram apresentá-lo ao povo espanhol de uma forma mais adocicada com 'Rock de la alegría' em 1961, e vendo que o termo 'twist' era mais amplamente aceito, eles publicaram seu lendário 'Bailando el twist' em 1962, depois de conhecer seu inventor, Chubby Checker, quando abriram para ele no Luna Park em Buenos Aires.
Foi nessa época que começaram a se apresentar nas melhores casas de shows do país, como o Imperator, de Madri, fundado pelo empresário Jesús Nuño de la Rosa, que se tornaria amigo íntimo da dupla. Foi durante esses anos, a primeira metade da década de 1960, que seu domínio foi absoluto, com músicas que se tornaram clássicos instantâneos, como "Perdóname", "Amor de verano", "Canción triste" e "Esos ojitos negros".
A segunda metade da década, com o surgimento de uma nova tendência mais voltada para conjuntos, pegou-os de surpresa, incertos sobre o que fazer em seguida. Tanto que, em 1968, mudaram o nome para "Manolo y Ramón", sem conseguir manter o sucesso inicial. Mas, quatro anos depois, achando que seu momento havia passado, separaram-se para se dedicar exclusivamente a compor para outros artistas, especialmente para Julio Iglesias.
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