Elon Musk arrisca no décimo teste de seu foguete Starship após três tentativas frustradas.

A terceira vez não foi das melhores , então Elon Musk espera que seja a quarta. Desde o lançamento do novo protótipo de sua Starship, o foguete com o qual a dona da SpaceX quer ir primeiro à Lua e depois a Marte, todos os testes realizados terminaram em explosões e chamas no céu, mesmo com o fechamento do espaço aéreo devido à possível queda de destroços do lançador destruído.
Na manhã desta segunda-feira, exatamente às 2h30 (horário espanhol), a empresa terá mais uma oportunidade de se redimir e esclarecer quaisquer dúvidas em torno do que é atualmente seu carro-chefe. O lançamento, que ocorrerá em suas instalações na recém-criada cidade de Starbase (em Boca Chica, Texas), poderá ser acompanhado ao vivo no site da empresa e em sua conta oficial no X, bem como no site ABC.es. No entanto, a empresa lembra que, assim como em testes anteriores, "o cronograma é dinâmico e sujeito a alterações".
O voo ocorre após a SpaceX concluir as investigações sobre a perda do foguete na nona missão e uma anomalia detectada durante um teste estático do protótipo Ship 36. "Alterações de hardware e operacionais foram feitas para melhorar a confiabilidade", explicou a empresa em seu comunicado .
Um dos principais objetivos será testar o Super Heavy, o primeiro estágio, que mede 70 metros de altura e é movido por 33 motores Raptor. O propulsor ensaiará diversas manobras de pouso no Golfo do México (agora renomeado Golfo da América pelo presidente dos EUA, Donald Trump) para coletar novos dados sobre cenários extremos. A SpaceX detalha que o propulsor "tentará um experimento no qual um dos três motores centrais será desligado intencionalmente, a fim de testar se um motor corona central consegue completar a manobra de pouso". Depois disso, reduzirá a propulsão para apenas dois motores para pairar sobre o mar antes de desligar e cair na água.
O estágio superior da Starship, denominado Ship, também desempenhará um papel fundamental no teste. Entre seus objetivos, assim como em testes anteriores, está a implantação de oito simuladores de satélite Starlink, do mesmo tamanho da próxima geração da constelação. Esses dispositivos viajarão na mesma trajetória suborbital da nave espacial e "devem ser destruídos na reentrada na atmosfera", segundo o comunicado. Além disso, será testada a reinicialização em órbita de um motor Raptor.
Outro aspecto fundamental será a avaliação do escudo térmico, que protege o foguete do impacto escaldante da atmosfera. Para isso, a SpaceX removeu intencionalmente várias placas de proteção, com o objetivo de "estressar as áreas vulneráveis durante a reentrada". A empresa também confirma que "várias opções de placas metálicas, incluindo uma com resfriamento ativo", serão testadas, bem como novas conexões aerodinâmicas com as linhas de proteção.
A reentrada testará os limites estruturais dos flaps traseiros da espaçonave no auge de sua pressão dinâmica. "Os testes de voo continuam a fornecer aprendizados valiosos para embasar o projeto da próxima geração de veículos Starship e Super Heavy", enfatiza a empresa.
A SpaceX conclui que, com o aumento da produção em sua fábrica no Texas e a construção de nova infraestrutura na Flórida, o programa continua avançando em direção ao seu objetivo final: um sistema de lançamento "rápido e totalmente reutilizável". A ideia é que a Starship seja usada a partir da quarta missão do Programa Artemis, que levará astronautas da NASA de volta à Lua. A longo prazo, Musk pretende que ela seja usada para transportar tripulações para Marte, a partir da próxima década.
ABC.es