Nova afirmação no debate Pashinyan-Echmiadzin: "Ele tem um filho"

A tensão entre o primeiro-ministro Nikol Pashinyan e o Catholicos de Todos os Armênios, Karekin II, na Armênia, atingiu um novo patamar com as acusações de Pashinyan contra o Catholicos, que alega que ele era filho de um filho . O alerta de "política ilegal" do centro religioso em Echmiadzin aprofunda o conflito entre Igreja e Estado.
A AFIRMAÇÃO DE TER UM FILHO ESTÁ AUMENTANDO A TENSÃO
Pashinyan afirmou em sua última reunião de gabinete que Karekin II havia gerado um filho ao quebrar seu voto de castidade. Para justificar essa alegação, o primeiro-ministro armênio afirmou que via ameaças tanto à sua "segurança espiritual" quanto à "segurança nacional" e usou as palavras: "Ele não pode permanecer como Catholicos em tal situação". Essa declaração acrescentou um novo elo à tensão atual entre a Igreja Apostólica Armênia e o governo de Pashinyan.
CONTEXTO DA TENSÃO: DERROTA EM KARABAKH E PEDIDOS DE RENÚNCIA
As raízes das tensões entre a Igreja e os Pashinyan remontam à derrota na Segunda Guerra do Karabakh, em 2020. Após a derrota, Echmiadzin apoiou manifestações que exigiam a renúncia de Pashinyan. Quando o Catholicos Karekin II pediu sua renúncia novamente em abril de 2023, Pashinyan respondeu dizendo: "Se a Igreja quer se envolver na política, a Armênia é um país democrático". As demandas do governo por intervenção na eleição de líderes da Igreja também estão entre os fatores que alimentam a tensão.
REAÇÃO DURA DO SUPREMO CONSELHO ESPIRITUAL: "INSULTO E CAMPANHA"
O Conselho Espiritual Supremo da Igreja Apostólica Armênia respondeu duramente às alegações de Pashinyan em sua reunião extraordinária de 2 de junho. O comunicado oficial enfatizou que o Primeiro-Ministro "se considera acima da lei e lançou uma campanha contra a Igreja com insultos e acusações impróprias para um estadista". O conselho declarou que os assuntos da Igreja estão fora da alçada do Estado e apelou às autoridades para que pusessem fim à "política ilegal e tacanha" de Pashinyan. O comunicado afirmava: "Esta postura anti-Igreja tem motivação política e é uma tentativa de enfraquecer nossa autoridade".
CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO E DOS DEFENSORES DE DIREITOS
A linguagem e a intervenção de Pashinyan na Igreja foram criticadas não apenas por Echmiadzin, mas também pela oposição armênia e por grupos de direitos humanos. A crítica é que essa interferência direta do Estado nos assuntos da Igreja na Armênia secular é contrária aos princípios democráticos e à autonomia religiosa. As postagens de Pashinyan nas redes sociais e sua descrição das igrejas como "armazéns" são outros pontos que têm sido alvo de críticas.
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