Restos mortais de família de Pompeia que tentava se esconder da erupção são encontrados sob a estrutura da cama

Por quase dois mil anos, as ruínas da cidade de Pompeia, cobertas por uma camada de cinzas e lava após a erupção do Vesúvio em 79 d.C., guardaram segredos sobre a vida dos antigos romanos. Escavações recentes atraíram mais uma vez a atenção de cientistas e historiadores quando os restos mortais de uma família foram descobertos durante as escavações. Apesar das tentativas desesperadas de se salvar, eles morreram em casa enquanto tentavam escapar do fluxo de lava.
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Arqueólogos teriam descoberto restos mortais de antigos romanos na chamada "Casa de Héla e Frixo" — uma residência luxuosa que recebeu o nome de um afresco representando os irmãos mitológicos retratados na parede da sala de jantar. Situada no centro da cidade antiga, a casa era um dos edifícios mais ricos e decorados, o que torna a descoberta particularmente significativa. Especialistas encontraram os restos mortais de quatro pessoas, incluindo uma criança.
"Ao contrário da maioria dos sepultamentos, onde apenas esqueletos são encontrados, aqui foram preservados vestígios de tecido mole, pele, unhas e até cabelos. Esses restos mortais foram encontrados em uma casa pequena, mas elegante, que aparentemente era o lar de uma família rica e influente", explicam os especialistas. Arqueólogos acreditam que foi nesta casa que a família tentou se refugiar, barricando-se no quarto para esperar o desastre passar.
Quando a erupção começou, a maioria dos habitantes de Pompeia — cerca de 15.000 a 20.000 pessoas — fugiu ou tentou escapar, mas cerca de 2.000 permaneceram. Entre eles estava esta família, que aparentemente caiu em uma armadilha. Os pesquisadores descobriram que tentaram reforçar suas defesas apoiando a porta em uma estrutura de cama, esperando que isso impedisse a entrada de lava e cinzas. No entanto, apesar dos esforços, detritos de lava e pequenos grânulos vulcânicos rapidamente encheram o quarto através do átrio.
Vamos explicar: o átrio é a parte central da casa com o teto aberto, projetado para coletar a água da chuva.
"Seus restos mortais foram selados sob uma camada de cinzas, e os objetos deixados nas proximidades fornecem informações valiosas sobre a vida e a morte desta família. Entre os achados estava um amuleto de bronze em forma de bula, que, segundo a tradição, poderia ter pertencido a uma criança para proteção, bem como ânforas com garum, um molho de peixe popular em Roma e usado na culinária", diz Gabriele Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia. Segundo ele, os restos mortais descobertos mostram que mesmo nos momentos mais difíceis, as pessoas tentaram salvar suas vidas, protegendo a si mesmas e seus entes queridos: “A história deles é um lembrete da fragilidade da vida humana diante de desastres naturais”.
Os pesquisadores observam que a descoberta oferece uma oportunidade única de entender exatamente como os moradores da cidade tentavam lidar com o pânico e o perigo. Curiosamente, os arqueólogos não sabem exatamente quem era o dono da "Casa de Héla e Frixo".
Os cientistas agora estão usando métodos modernos de datação por radiocarbono, análise de DNA e microscopia para obter informações mais precisas sobre as origens e vidas dessas pessoas. No futuro, planeja-se expandir a pesquisa para entender como exatamente as características sociais e culturais ajudaram ou atrapalharam os moradores da cidade a sobreviver diante de desastres naturais.
mk.ru