Ministra diz que aumento da mortalidade infantil está relacionada com falta de investimento dos antecessores

A ministra da Saúde disse, esta segunda-feira, que o aumento da mortalidade infantil está mais relacionado o desinvestimento investimento na área materno-infatil nos últimos anos do que com o encerramento de urgências de ginecologia e obstetrícia em 2024.
“Ninguém pode dizer hoje que não está relacionado, mais do que com as urgências [encerradas], com a diminuição, nos últimos anos, daquilo que tem sido o investimento que precisamos de fazer, concretamente, no sistema público, na área materno-infantil”, afirmou Ana Paula Martins, à margem das comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro, no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real.
Em causa está a notícia, avançada pelo Correio da Manhã, que dá conta do aumento de 20% da taxa de mortalidade infantil no ano passado.
A governante admitiu que o fecho de serviços de urgência ginecologia e obstetrícia em 2024 não são uma boa solução. “Obviamente que ter urgências que estão fechadas ou que são intermitentes não é uma boa resposta, ter urgências de pediatria que estão mais fragilizadas também não é uma boa resposta”, afirmou, sublinhando que é “indiscutível” reforçar as “equipas de saúde materno-infantil na região de Lisboa e Vale do Tejo, sobretudo na Península de Setúbal”, onde os dados da mortalidade infantil “deixam maior preocupação”.
“No centro de tudo isto estão duas coisas essenciais: primeiro, recursos humanos, temos de mobilizar mais obstetras para estar no SNS e temos de valorizar os nossos enfermeiros da área materno-infantil”, acrescentou
Sublinhe-se que, segundo dados do INE, registaram-se, em 2024, 118.374 óbitos, mais 79 do que em 2023; dos quais 252 óbitos foram de crianças com menos de um ano, mais 42 do que em 2023; o que se traduziu no aumento da taxa de mortalidade infantil para 3,0 óbitos por mil nados-vivos, quando em 2023 era de 2,5.
Jornal Sol