Stallone e Gloria Gaynor homenageados por Donald Trump

© MANDEL NGAN/AFP via Getty Images

O ator Sylvester Stallone, a cantora Gloria Gaynor e a banda Kiss estão entre os homenageados da cerimónia anual Kennedy Center Honors, a primeira desde que Donald Trump se tornou presidente do Kennedy Center, que atribui os prémios.
O primeiro grupo de homenageados, que além do ator de 'Rambo' (e apoiante de Trump), da voz de 'I Will Survive' e da banda de rock, inclui também o músico de country George Strait e o ator Michael Crawford, foi anunciado esta quarta-feira, 13 de agosto, por Donald Trump, de acordo com a agência Associated Press (AP).
O presidente dos Estados Unidos tornou-se em fevereiro deste ano presidente do centro cultural e de artes Kennedy Center, tendo substituído membros da administração pelos seus apoiantes.
Além disso, a instituição, sediada na capital norte-americana, cancelou um concerto com o Gay Men's Chorus of Washington, D.C., uma das mais antigas organizações corais LGBT+ dos Estados Unidos.
Esta quarta-feira, aquando do anúncio dos homenageados dos Kennedy Center Honors, Trump referiu que irá "renovar completamente" toda a infraestrutura do centro cultural, de modo a torná-lo uma "joia da coroa" das artes e da cultura nos Estados Unidos.
"Vamos levá-lo a um nível mais alto do que alguma vez atingiu", afirmou Donald Trump, citado pela AP, referindo que o Kennedy Center fará parte das comemorações do 250.º aniversário dos Estados Unidos, que se assinala no próximo ano.
Na terça-feira, numa publicação na rede TruthSocial, Donald Trump sugeriu uma mudança de nome do centro, formalmente conhecido como John F. Kennedy Center of Performing Arts (Centro John F. Kennedy para as Artes Performativas, em português).
"Grandes nomeados para prémios do Trump/Kennedy Center, oops, quer dizer, Kennedy Center", escreveu na publicação, citada pela AP, acrescentando estar a ser feito trabalho para "trazer de volta [o centro] para um nível absoluto de luxo, glamour e entretenimento".
Em março, numa visita ao Kennedy Center, Donald Trump queixou-se que o edifício está num estado de "enorme degradação".
Na publicação partilhada na terça-feira, referiu que o centro "passou por momentos difíceis, fisicamente, mas em breve fará um grande regresso".
Não é claro como os homenageados este ano do Kennedy Center Honors foram escolhidos, embora Donald Trump tenha afirmado anteriormente querer ter um papel mais ativo nas escolhas.
Habitualmente os homenageados são escolhidos por um comité consultivo bipartidário.
A AP pediu esclarecimentos ao Kennedy Center, mas não obteve resposta.
As distinções do Kennedy Center são atribuídas desde 1978. Tradicionalmente, os presidentes norte-americanos comparecem na cerimónia, mesmo quando discordam politicamente dos homenageados.
A título de exemplo, democratas como a cantora Barbra Streisand e o ator Warren Beaty foram homenageados durante a presidência do republicano George W. Bush, e o ator conservador Charlton Heston recebeu o premio durante a presidência do democrata Bill Clinton.
Em 2017, depois de o argumentista e produtor de televisão Norman Lear se ter recusado a comparecer numa cerimónia na Casa Branca, em protesto contra os cortes propostos por Trump no financiamento às artes, o presidente dos Estados Unidos e a mulher, Melania Trump, não compareceram à cerimónia dos Kennedy Center Honors e assim aconteceu ao longo de todo aquele mandato.
Nesse período, entre os homenageados estavam críticos de Trump, como a cantora Cher, o ator e compositor Lin-Manuel Miranda e a atriz Sally Field.
Desde que assumiu o cargo pela segunda vez, em janeiro deste ano, tem demonstrado outra postura em relação ao Kennedy Center, tendo inclusive entrado na administração do centro.
No final da década de 1950 o presidente republicano Dwight Eisenhower apoiou um projeto de lei do Congresso liderado pelos democratas que pedia um "Centro Nacional de Cultura".
Já no início da década de 1960, o Presidente democrata John F. Kennedy lançou uma iniciativa de angariação de fundos e o seu sucessor, o Presidente Lyndon B. Johnson, promulgou um projeto de lei de 1964 que passou a designar o projeto como Centro Memorial de Artes Performativas John F. Kennedy, um ano após a morte do seu antecessor.
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