Começa o Festival de Teatro de Expressão Ibérica

O Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) dá início esta quarta-feira à sua 48.ª edição, distribuída pelo Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Viana do Castelo e Monção, com 16 espetáculos sob o título Espectros, Eros e Sacrifício.
O título e “motor temático” completo é Espectros, Eros e Sacrifício — Nosso impensado, referindo-se a segunda parte do mote a um “conceito presente na obra de Eduardo Lourenço, quando se refere a quinhentos anos de colonialismo português”.
“Esta dimensão espectral marca o ressentimento e o desejo sacrificial. Num tempo em que se fala de dívida e reparação, o FITEI, como lugar privilegiado de diálogo entre as antigas potências colonizadoras ibéricas e o sul global, assume a dimensão mágica e ritualizada que muitas destas questões levantam“, pode ler-se num texto patente no site do festival.
Com direção de Gonçalo Amorim, o festival abre esta quarta-feira com várias apresentações: no Teatro Carlos Alberto (TeCA), no Porto, dá-se a estreia nacional de Vampyr (repete na quinta-feira), da dramaturga e encenadora chilena Manuela Infante, enquanto no Constantino Nery, em Matosinhos, sobe ao palco Sexo e Morte: Entre Estados Libidinais e Liminares, com direção artística de Aura.
No TeCA, ainda esta quarta-feira, a seguir a Vampyr há um DJ set de Marta Ângela, dos Von Calhau!.
Até dia 25 de maio, vai ser possível assistir a espetáculos nacionais e internacionais que vão de Anna Karenina, de Tolstoi, com encenação da espanhola Carme Portaceli, no Teatro Nacional São João, no Porto, às estreias nacionais de Kill Me, da argentina Mariana Otero, no Rivoli, também no Porto, e Gaivota, do também argentino Guillermo Cacace, a partir de Tchekov, que vai passar pelo São João e pelo Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo.
Os chilenos do Colectivo Cuerpo Sur levam ao Porto e a Monção Última Esperança, “que explora a cegueira, tendo como ponto de partida as histórias de indivíduos que entendem a realidade através de abordagens não normativas”.
Entre muitos outros espetáculos e artistas, vão passar pelo FITEI Junior Mthombeni e Michael De Cock, Sara Barros Leitão, Lorena Conde e Ébana Garín Coronel, antes do encerramento com Folle Époque, de Ricardo Teixeira, com interpretação por alunos do 2.º ano do curso de Teatro do Balleteatro do Porto, e Popular, de Sara Inês Gigante, que venceu com este projeto a Bolsa Amélia Rey Colaço, em 2023.
Além destes 16 espetáculos, o FITEI conta com residências artísticas, concertos, exposições, conversas, livros e festas, um conjunto de exercícios e espetáculos com as escolas de teatro do Porto, ações de formação e encontros para programadores, entre outras atividades.
observador