PSD: saída de Eduardo Vítor Rodrigues é tardia

O PSD de Gaia considerou esta sexta-feira que a renúncia ao mandato anunciada na quinta-feira pelo presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), é “tardia” e que a manutenção do autarca até junho revela “apego ao poder”.
Em comunicado, a Concelhia do PSD de Vila Nova de Gaia, adianta que Eduardo Vítor Rodrigues devia ter tomado a decisão de abandonar o cargo quando foi condenado na primeira instância e não agora após a confirmação do Tribunal Constitucional (TC).
Os sociais-democratas consideram que “esta resistência desgasta a autarquia e mina a confiança nas instituições”.
“Ao manter-se em funções até junho demonstra, uma vez mais, um apego ao poder difícil de compreender — um prolongamento artificial do mandato que só serve para adiar o inevitável”, lê-se no comunicado publicado nas redes sociais.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que foi condenado a perda de mandato pelo crime de peculato de uso, anunciou na quinta-feira que irá apresentar a sua renúncia ao cargo em junho.
Numa decisão conhecida na segunda-feira, o TC confirmou a perda de mandato de Eduardo Vítor Rodrigues (PS), condenado pelo crime de peculato por uso indevido de um carro deste município do distrito do Porto.
A decisão surge na sequência do recurso interposto pelo autarca para o TC, depois de, em outubro de 2024, o Tribunal da Relação do Porto (TRP) ter mantido a condenação de perda de mandato, decidida pelo Tribunal de Vila Nova de Gaia em novembro de 2023. Fonte da defesa do autarca adiantou então à Lusa que vai apresentar uma reclamação, que, desta vez, será reapreciada em conferência do TC.
“Já devia ter saído há muito”, escreve o PSD de Vila Nova de Gaia.
No texto, a estrutura social-democrata também critica o atual líder do PS de Gaia e candidato à Câmara nas próximas eleições, João Paulo Correia, pelo teor do comunicado emitido pelo socialista na quinta-feira após o anúncio de Eduardo Vítor Rodrigues.
“Sob a liderança de Eduardo Vítor Rodrigues, Vila Nova de Gaia percorreu o caminho das contas certas, equilíbrio orçamental e da humanização das políticas municipais. O município encontrou uma ‘saída limpa’ para a dívida crónica que limitava a atuação da Câmara Municipal e das juntas de freguesia”, considerou o PS.
Mas o PSD contrapõe: “O desenvolvimento que hoje se observa em Vila Nova de Gaia não é fruto do atual Executivo, mas sim resultado de uma visão estratégica e de uma obra transformadora concretizada ao longo de 16 anos de governação do PSD, sob a liderança de Luís Filipe Menezes”.
O PSD/Gaia critica o PS/Gaia considerando que se manteve “conivente” e não exigiu a saída imediata do atual autarca, “validando um comportamento que em nada se coaduna com os valores democráticos e éticos que deveria defender”.
Eduardo Vítor Rodrigues anunciou que sairá em junho após apresentar as Contas Consolidadas Municipais.
Será substituído nessa data pela atual vice-presidente, Marina Mendes, que sucedeu a Patrocínio Azevedo no cargo de vice-presidente da Câmara de Gaia após este ter sido preso preventivamente no âmbito da Operação Babel.
Eleito pela primeira vez em 2013, Eduardo Vítor Rodrigues (PS) terminaria este ano o terceiro mandato à frente a Câmara de Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), não podendo recandidatar-se.
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