Petróleo em alta em todos os mercados

Os preços do petróleo subiram esta segunda-feira depois que a Ucrânia ter intensificado os ataques a instalações energéticas russas, alimentando preocupações de que o fornecimento de petróleo russo possa ser interrompido – dando indicações de que a posição de Moscovo nos mercados internacionais de crude é mais significativa que aquilo para que aponta a retórica internacional.
Com a expectativa de um corte nas taxas de juros dos Estados Unidos, que podem vir a prazo a impulsionar o crescimento global e a procura de combustível, o mercado encontrou os sintomas perfeitos para uma subida dos preços. Os futuros do petróleo Brent subiram 13 centavos, ou 0,19%, para 67,86 dólares, e os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) ganharam 15 centavos, ou 0,24%, para 63,81 dólares.
A Ucrânia lançou um ataque de drones contra a Rússia no domingo passado, que forçou uma queda acentuada na capacidade de um reator numa das maiores unidades nucleares da Rússia e provocou um grande incêndio no terminal de exportação de combustível de Ust-Luga, disseram autoridades russas citadas pela imprensa internacional. Além disso, um incêndio na refinaria russa de Novoshakhtinsk, igualmente causado por um ataque de drones ucranianos, estava ativo pelo quarto dia consecutivo. A refinaria vende combustível principalmente para exportação e tem uma capacidade anual de cinco milhões de toneladas métricas de petróleo, ou cerca de 100 mil barris por dia.
“Dado o sucesso que a Ucrânia está a ter com o direcionamento da infraestrutura petrolífera russa, os riscos para o petróleo bruto estão a mudar para o topo”, disse o analista de mercado da IG, Tony Sycamore, citado pela agência Reuters.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, disse no domingo que a Rússia fez “concessões significativas” para um acordo negociado na guerra com a Ucrânia. “Eles reconheceram que não serão capazes de instalar um regime fantoche em Kiev. E, mais importante, eles reconheceram que haverá alguma garantia de segurança para a integridade territorial da Ucrânia”, disse Vance num programa da NBC, dando a ideia de que a Casa Branca preferia que estes ataques cirúrgicos às instalações energéticas fossem suspensos – com Kiev a ter a visão exatamente contrária: é preciso atingir os russos no sítio que lhe ‘dói mais’.
No entanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, também renovou ameaças na sexta-feira de que imporia sanções à Rússia se não houvesse progresso em direção a um acordo pacífico na Ucrânia em duas semanas.
Com a Reserva Federal (Fed) a sinalizar a possibilidade de um corte das taxas em setembro, o que tende a melhorar o apetite pelo risco, os mercados estão convencidos de que as tarifas de Trump seriam mais prejudiciais ao crescimento económico, que atualmente controla os preços do petróleo, disse Priyanka Sachdeva, analista de Mercado da corretora Phillip Nova, igualmente citada pela Reuters. O apetite pelo risco melhorou depois de o presidente da Fed, Jerome Powell, ter sinalizou na sexta-feira um possível corte na taxa de juros na reunião do banco central dos EUA no próximo mês.
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