Paquistão anuncia contra-ofensiva militar

O Paquistão anunciou na noite desta sexta-feira (madrugada em Portugal) uma operação militar contra a Índia, na mesma altura em que o conflito na zona de Caxemira se tem intensificado.
A contra-ofensiva “Operação Banyan Marsus” já envolveu ataques às defesas aéreas indianas, segundo Islamabade — a informação não foi confirmada pelo governo indiano. Os correspondentes internacionais na zona de Caxemira também reportaram ter ouvido explosões, diz a BBC.
Horas depois, Nova Deli acusou o Paquistão de ter usado mísseis de alta-velocidade e drones para atingir bases aéreas indianas. A Índia acusa ainda o país vizinho de estar a preparar uma ofensiva maior — “estão a mover as suas tropas para áreas mais à frente [na linha de contacto em Caxemira], indicando uma intenção ofensiva para escalar ainda mais a situação”, afirmou uma porta-voz do Exército indiano.
Paquistão declara que fim de operação militar “vai depender” da ÍndiaO vice-primeiro-ministro do Paquistão, Ishaq Dar, declarou que a operação lançada este sábado pelo exército paquistanês vai terminar “de alguma forma” e que o desfecho está nas mãos da Índia.
“Esta operação que começámos hoje vai acabar de alguma forma. Tudo depende do que a Índia quer”, disse Dar, também ministro dos Negócios Estrangeiros, à Geo.tv, do Paquistão.
De acordo com o ministro, Islamabade “não tinha outra resposta” e adotou simplesmente uma postura defensiva, respondendo de forma “proporcional e ponderada” às ações militares indianas A “Operação Banyan Marsus” vai “durar algum tempo”, acrescentou.
Por sua vez, o ministro da Defesa, Khawaja Asif, foi questionado sobre o uso de armas nucleares. O governante diz que essa opção está “presente”, mas deve ser encarada como uma “possibilidade muito distante”: “Não devemos discuti-lo no contexto imediato”. “Antes de chegarmos a esse ponto, penso que a temperatura tem de descer. Não há nenhuma reunião marcada na Autoridade do Comando Nacional, nem está nenhuma agendada”.
Paquistão encerra espaço aéreo e Índia parcialmenteA Autoridade Aeroportuária do Paquistão anunciou este sábado que o espaço aéreo do país vai estar encerrado “a todo o tráfego” durante parte do dia, depois de o Governo ter acusado a Índia de atacar “instalações militares” paquistanesas.
Entre as 3h15 (23h15 de sexta-feira em Lisboa) e as 12h (8h), o espaço aéreo vai estar fechado, de acordo com aquele departamento.
O anúncio surge depois de o Governo paquistanês ter alegado que a Índia disparou mísseis contra “instalações militares chave”, como as bases aéreas de Noor Khan, Shorkot e Murid. “Os sistemas de defesa aérea neutralizaram e intercetaram estes ataques hostis a tempo”, escreveu o Governo na rede social X.
As autoridades confirmam que não se registaram vítimas nem danos materiais.
“A Índia deve preparar-se para a reação do Paquistão. As forças armadas do Paquistão estão totalmente preparadas para defender a pátria, o espaço aéreo e a segurança nacional”, lê-se na mensagem. Poucas horas antes, a Índia acusou o Paquistão de “utilizar os aviões civis como escudos” ao não fechar o espaço aéreo civil.
Já a Índia, também fechou parte do seu espaço aéreo no norte e oeste. O Ministério de Aviação Civil indiano divulgou este sábado de manhã que 32 aeroportos estarão encerrados até dia 15 de maio.
Países do G7 pedem “máxima contenção” à Índia e ao PaquistãoOs ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 exortaram entretanto a Índia e o Paquistão a exercerem “a máxima contenção”, na sequência de uma escalada de tensões que levou os dois países a trocarem ataques militares.
“Pedimos à Índia e ao Paquistão a máxima contenção. Uma nova escalada militar coloca a estabilidade regional em sério risco. Estamos profundamente preocupados com a segurança dos civis de ambos os lados”, lê-se num comunicado conjunto dos ministérios de Itália, Canadá, França, Alemanha, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e da Alta Representante da União Europeia.
O grupo de países mais industrializados do mundo apelou ainda para “o diálogo direto” entre as duas potências nucleares, “com vista a uma saída pacífica”.
“Continuamos a acompanhar de perto os acontecimentos e manifestamos o nosso apoio a uma resolução diplomática rápida e duradoura”, concluiu-se na mensagem.
A crise entre as duas potências nucleares, desencadeada por um ataque terrorista mortal em 22 de abril que matou um grupo de turistas na Caxemira administrada pela Índia, tem vindo a agravar-se nas últimas semanas, tendo aumentado, na quarta-feira, com o bombardeamento, por Nova Deli, de bases terroristas suspeitas em território paquistanês.
O Paquistão respondeu na madrugada deste sábado com um ataque de mísseis contra várias instalações militares indianas no norte do país.
observador