Noah Monteiro e a meta da Fórmula 1

«Sou persistente, não desisto, tenho uma enorme vontade de ganhar!», revela à Luz. O pai, Tiago Monteiro, mantém-se como o único piloto português a conquistar um pódio na F1.
Noah Monteiro é, aos 15 anos, o jovem português em destaque no mundo do automobilismo. Filho da modelo e empresária Diana Pereira e do piloto de automóveis Tiago Monteiro, o único português que conquistou um pódio na Fórmula 1 – há 20 anos, em junho de 2005, no Grande Prémio dos Estados Unidos – não é difícil compreender de onde veio a paixão pelas pistas e pelos motores. Embora seja daqueles casos em que o caminho parecia desde muito cedo traçado, Noah lembra que os pais ainda o incentivaram a experimentar outras modalidades. «Os meus pais tentaram direcionar-me para outros desportos: fiz motocross, basquetebol, skate, mas estava destinado…», conta à Luz. Tinha apenas três anos quando teve o seu primeiro contacto com um kart e numa altura em que os pais vivem ansiosamente a adaptação dos miúdos ao novo mundo do ensino básico, Noah Monteiro dava igualmente os primeiros passos no universo das corridas. Corria o ano de 2017 quando o sonho começou a ganhar forma, com 7 anos de idade. Desde essa primeira corrida, um «momento muito especial», que o percurso tem sido pautado por trabalho e sacrifícios, próprios de um jovem atleta que ambiciona chegar ao topo.
Depois dos vários sucessos no karting nacional e nas provas internacionais (com destaque para as pole positions e pódios no Campeonato Europeu da FIA), o último grande salto do promissor piloto aconteceu no início deste ano, com a chegada à Fórmula 4, categoria que serve de transição entre os karts e a Fórmula 3.
Por outras palavras, é mais um importante degrau rumo à ambicionada, mas difícil meta desejada: a categoria rainha do automobilismo.
«É o próximo passo para chegar ao objetivo, a fórmula 1», assegura Noah Monteiro. «Desde que me sentei num F4 pela primeira vez, acho que fiz uma boa prestação, assinei o meu contrato após apenas 1 teste, o que prova que o salto inicial foi logo bom». O jovem sublinha as grandes diferenças desta nova etapa desbloqueada, tendo assinado contrato pela Campos Racing: «A diferença é grande, o carro é maior, tem mais potência, atinge os 260km/h e é muito mais pesado, as pistas são igualmente maiores, assim como a aerodinâmica».
Para atingir os resultados desejados, alia a preparação física, com os treinos e simulador, à preparação mental. «Quando os resultados são positivos a a confiança aumenta. Para lidar com os resultados menos bons, também tenho o meu mental coach. Sinto que tenho evoluído bastante na parte mental», destaca o jovem. Conciliar a vida de estudante com a carreira profissional é desafiante, mas quem corre por gosto não cansa. «Faz parte dos sacrifícios que tenho que fazer para chegar onde quero», confessa Noah. O_foco e o compromisso são totais. Tem no pai a sua grande referência desportiva, mas quer continuar a escrever a história do automobilismo em nome próprio. «Não vejo a carreira do meu pai como uma pressão, sim como uma motivação para fazer melhor», diz. «Sou persistente, não desisto, tenho uma enorme vontade de ganhar!», remata.
Jornal Sol