Autárquicas. Lina Bettencourt é candidata do Chega a Calheta

A comerciante Lina Bettencourt, de 41 anos, candidata do Chega à Câmara da Calheta, na ilha de São Jorge, Açores, disse esta segunda-feira que concorre à liderança do município para dar voz à população e definir prioridades.
“O Chega é um partido novo cá, a lista do PSD é uma lista muito forte e a do PS também, mas nós queremos ter voz dentro do município. O meu objetivo, do meu partido e da minha equipa, é ter voz no município, porque as pessoas estão a pedir-nos”, disse esta segunda-feira a candidata às eleições autárquicas de 12 de outubro à agência Lusa.
A responsável por uma loja de comércio local na Ribeira Seca, no concelho da Calheta, tem o curso técnico de secretariado e de atendimento ao público e entra pela primeira vez na política para que o município possa “ajudar quem precisa” e “estar mais perto da população”.
Lina Bettencourt referiu que a Câmara Municipal tem feito e apresentado “muitas coisas bonitas”, mas é necessário atender às “desgraças” das pessoas, como o caso de uma família, com quatro crianças, uma delas com seis anos e a sofrer de epilepsia, que “pede há 20 anos para lhe cimentarem a entrada da casa”, cujo caminho “parece uma ribeira, é só lama”.
Quando é necessário chamar os bombeiros “a ambulância não consegue chegar à porta” de casa e os pais têm que transportar a criança “até à berma da estrada”, relatou.
A candidata deu conta do descontentamento pela situação, por verificar que no concelho existem caminhos agrícolas que “são perfeitíssimos e estão alcatroados”.
“Mesmo que eu não fique na Câmara [como presidente ou como vereadora], aquele caminho vai ter que ser amanhado. Isto já não devia existir há muitos anos e, primeiro, temos que chegar a estas pessoas que precisam de ajuda”, salientou.
Na opinião de Lina Bettencourt, quando o município da Calheta decidir avançar com projetos, primeiro é “preciso saber o que é mais urgente, não é só o turismo”.
“Nós precisamos do turismo, a nossa ilha é lindíssima e tem de ser sempre promovida nesse sentido, mas primeiro está a população que está todo o ano aqui, que precisa de ajuda. E o nosso objetivo é esse. Mesmo que fique como vereadora, ter voz lá dentro [no executivo] e, quando achar que não é aquilo que deve ser feito, dizer que primeiro têm que ser outras coisas”, disse.
A candidata do Chega promete “falar sempre pelas pessoas que não estão a ter voz” e mostra-se preocupada com a falta de habitação e com a necessidade de serem aplicadas medidas que fixem população no território.
Ainda segundo Lina Bettencourt, no concelho da Calheta existem muitas habitações devolutas “que podem ser arranjadas”, mas será necessário que existam apoios municipais para a sua reconstrução.
Por outro lado, a candidata do Chega defende uma reorganização no departamento de licenciamento de obras do município, indicando que “há muitas obras paradas” e outras que “levam muito tempo a ser resolvidas” e os empresários que querem investir no concelho encontram “muita burocracia”.
Lina Bettencourt propõe, ainda, medidas para fixar jovens naquele município de São Jorge, alegando que, ao saírem da ilha, conseguem empregos que permitem “melhor qualidade de vida” e “ninguém quer voltar”.
A Câmara Municipal da Calheta é presidida por Décio Pereira, eleito pelo movimento de independentes “Dar Vida ao Concelho”, que cumpre o terceiro mandato e não se pode recandidatar.
Atualmente, o executivo autárquico tem três eleitos do movimento “Dar Vida ao Concelho” e dois vereadores do PS.
Além de Lina Bettencourt, concorrem à presidência do município António Viegas (PSD), Dário Ambrósio (PS) e António Salgado Almeida, pela CDU (coligação PCP/PEV).
Se tiver uma história que queira partilhar sobre irregularidades na sua autarquia, preencha este formulário anónimo.
observador