Boris Johnson admite usar ChatGPT para escrever livros

Questionado pelo entrevistador em que instâncias costuma recorrer a esta ferramenta, Johnson admitiu que o faz enquanto escritor. “Estou a escrever vários livros e uso-o simplesmente. Faço-lhe perguntas”, declarou, revelando logo de seguida o prazer que lhe dá ser elogiado por esta ferramenta de inteligência artificial.
“O ChatGPT diz sempre: ‘Oh, as suas perguntas são tão inteligentes. Você é brilhante, é excelente, é tão perspicaz’. Adoro, vejo um enorme potencial nesta tecnologia porque somos todos simples. Somos apenas seres humanos”, atirou, defendendo ainda a AI poderá reduzir drasticamente os custos do estado e poupar dinheiro aos contribuintes.
Conhecido por ter tido uma formação de excelência na escola de Eton, uma das mais prestigiadas do país, e na universidade de Oxford, Johnson iniciou a sua carreira como jornalista antes de enveredar pela política.
Ao longo da sua carreira, já publicou mais de 10 livros, inclusive The Churchill Factor, uma biografia sobre Winston Churchill, e Unleashed, livro de memórias sobre o seu tempo enquanto primeiro-ministro, de 2019 a 2022.
No entanto, como recorda o The Telegraph, está quase há 10 anos para lançar uma biografia sobre William Shakespeare, projeto que já gerou mais do que uma polémica.
Johnson assinou um contrato com a editora Hodder & Stoughton em 2015, quando ainda era presidente da Câmara de Londres, sendo que a sua publicação estava originalmente prevista para 2016, para coincidir com o 400.º aniversário da morte de Shakespeare.
Desde então, porém, a ascensão política de Johnson — primeiro como ministro dos Negócios Estrangeiros, depois primeiro-ministro — e a celebração de um contrato milionário para escrever Unleashed, fez com que o livro essa biografia fosse adiada para “um futuro próximo”, como anunciou a editora.
O livro sobre Shakespeare voltou a ser tema durante a comissão de inquérito britânica à atuação do governo em relação à Covid-19, em 2023. Johnson foi forçado a refutar as alegações de Dominic Cummings, o seu ex-chefe de gabinete, de que não se concentrou na ameaça da pandemia porque estava a escrever o livro.
[Apesar da euforia em torno de Freitas, Soares recupera. O debate com Zenha será decisivo. Quando acabar, nunca mais serão amigos. A “Eleição Mais Louca de Sempre” é o novo Podcast Plus do Observador sobre as Presidenciais de 1986. Uma série narrada pelo ator Gonçalo Waddington, com banda sonora original de Samuel Úria. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E pode ouvir o primeiro episódio aqui e o segundo aqui]
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