AECT pede inclusão de problemas do Minho na Cimeira Ibérica

O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho apelou aos Governos de Portugal e de Espanha para que assumam a gestão do rio Minho como prioridade conjunta na próxima Cimeira Ibérica, marcada para 5 de novembro.
Em comunicado enviado às redações, o AECT Rio Minho explica que “um dos problemas que exige intervenção urgente é o assoreamento do rio, que está a comprometer a navegabilidade e a segurança, dificultando a atividade piscatória e as operações de resgate e socorro no troço internacional”.
Com sede em Valença, o AECT Rio Minho foi criado em 2018 e integra 26 municípios, os 10 concelhos do Alto Minho e os 16 municípios galegos da província de Pontevedra, abrangendo um território com mais de três mil quilómetros quadrados e uma população superior a 376 mil habitantes.
“A proliferação de espécies exóticas invasoras, tanto de fauna como de flora, é identificada como uma das maiores ameaças à biodiversidade e às atividades económicas e culturais associadas ao rio, nomeadamente à pesca artesanal”, sublinha o documento, destacando que o problema “tem vindo a agravar-se com as alterações climáticas”.
Outra preocupação para o AECT Rio Minho “é a gestão das centrais hidroelétricas situadas em território espanhol, sobretudo na barragem de Frieira, que tem provocado variações bruscas de caudal”.
“Apesar dos valores médios estarem formalmente dentro dos limites acordados, as oscilações súbitas afetam de forma significativa os ciclos reprodutivos das espécies migradoras, o abastecimento de água às populações ribeirinhas e a atividade nas pesqueiras tradicionais do rio Minho”, sustenta.
Para o diretor do AECT Rio Minho, José Manuel Carpinteira, o agrupamento “está profundamente empenhado em representar, de forma coordenada e construtiva, os interesses das comunidades ribeirinhas”.
“O nosso papel é dar força a essa voz, articular esforços e sensibilizar as autoridades competentes para que os problemas urgentes que afetam o rio Minho tenham resposta efetiva e duradoura”, reforçou José Manuel Vaz Carpinteira, que é também presidente da Câmara de Valença.
O responsável sublinhou “estar em causa a sustentabilidade, a segurança e o desenvolvimento do troço internacional do rio Minho, garantindo que o AECT continuará a promover diligências junto das autoridades competentes de ambos os países para alcançar uma gestão integrada e sustentável deste território transfronteiriço”.
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