Famílias tentam invadir hospital infantil em Brasília após demora em atendimento
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Resumo Famílias tentaram invadir o Hospital Materno Infantil de Brasília após horas de espera por atendimento, em meio à alta demanda e ocupação crítica; equipe afirma que seguiu protocolos de prioridade médica.
Um episódio de confusão e revolta de famílias que buscavam atendimento médico para crianças no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), em Brasília (DF), marcou a madrugada desta terça-feira, 13. Com a emergência pediátrica cheia e após horas de espera, as famílias tentaram invadir o local, forçaram a entrada e chutaram portas. A unidade afirma que seguiu critério de prioridade médica.
A confusão começou por volta das 22h, quando a equipe do hospital anunciou que a alta demanda faria com que apenas os casos classificados como graves fossem atendidos. Uma aglomeração se formou no acesso aos consultórios e, em seguida, pessoas tentaram abrir a porta à força.
Vigilantes agiram para conter a situação e impedir a entrada. A Polícia Militar também foi acionada.
À TV Globo, mães contaram que tinham chegado cedo ao hospital. Uma delas levava no colo a filha de dois anos, que apresentava infecção pulmonar. Horas depois de chegar à unidade, a mulher foi informada de que a filha, classificada como caso de prioridade amarela (a terceira mais grave na escala do hospital), não seria atendida.
Outra mãe, que havia chegado ainda antes, aguardou atendimento por seis horas. A filha dela, que vomitava havia dias, não conseguia alimentar-se.
Procurada pelo Terra, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que foi necessário acionar o protocolo de Bandeira Laranja no HMIB, às 21h40, em razão da alta demanda das unidades assistenciais.
A secretaria informou que o hospital registrava uma taxa de ocupação de 108% nas enfermarias e 126% no pronto-socorro pediátrico, com crianças em estado grave aguardando transferência para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), "todas já devidamente regulados pelo Complexo Regulador".
Segundo a pasta, durante toda a madrugada, quatro médicos pediatras estavam de plantão, dividindo-se entre o atendimento na emergência, o cuidado com pacientes internados nas enfermarias e os casos graves do próprio pronto-socorro.
Sobre a escala de prioridade, a SES-DF explicou que o atendimento na emergência segue o Protocolo de Classificação de Risco, que prioriza pacientes com risco iminente de morte ou agravos graves à saúde. Diante da gravidade e da alta demanda por casos emergenciais, pacientes classificados como verde e amarelo (baixa e média prioridade, respectivamente) enfrentaram tempo de espera prolongado, "o que, infelizmente, gerou insatisfação entre alguns acompanhantes".
A secretaria afirma que não houve recusa de atendimento, mas sim a aplicação dos protocolos de prioridade médica, "conforme as normas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde do DF". "Toda criança classificada como emergência (vermelha ou laranja) recebeu atendimento imediato e contínuo".
"Orientamos que, em situações de menor gravidade, os responsáveis procurem, sempre que possível, as unidades básicas de saúde (UBSs) ou as UPAs mais próximas, para garantir que os casos graves possam receber assistência integral e oportuna", finaliza a nota.
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