Progesterona sob o microscópio. Contracepção de componente único pode piorar crises de asma

Uma nova pesquisa de cientistas do Imperial College London sugere que a contracepção com apenas progesterona pode aumentar o risco de ataques de asma em mulheres com a doença. O maior estudo desse tipo envolveu 260.000 pacientes com asma, com idades entre 18 e 50 anos. Os resultados podem ajudar a adaptar melhor os métodos contraceptivos às necessidades individuais de saúde das mulheres.
Uma equipe de pesquisadores do Imperial College London analisou dados de saúde de cerca de 260.000 mulheres com asma que usavam vários métodos contraceptivos. Descobriu-se que nas mulheres que tomam o chamado. A minipílula, um contraceptivo de ingrediente único baseado apenas em progesterona, resultou em ataques de asma mais frequentes. Isso inclui situações graves, como a necessidade de esteroides orais, uma visita ao pronto-socorro ou até mesmo a morte.
O aumento do risco de crises atingiu principalmente três grupos de pacientes: mulheres com menos de 35 anos, aquelas que usavam menos medicamentos antiasmáticos e mulheres com o chamado tipo eosinofílico de asma — em que há altos níveis de células associadas à inflamação no sangue. Nesses grupos, o risco de uma crise de asma aumentou em 39%, 20% e 24%, respectivamente.
Em comparação, mulheres que tomaram pílulas contendo dois hormônios (estrogênio e progesterona) não foram expostas a crises mais frequentes.
Veja também:Pesquisadores dizem que a descoberta lança nova luz sobre a influência dos hormônios sexuais na asma.
- Uma teoria é que os hormônios sexuais desempenham um papel fundamental nisso. Entretanto, estudar seu impacto pode ser difícil porque seus níveis variam muito. Examinamos pacientes que tomam medicamentos contendo hormônios sexuais, ou seja, as chamadas pílulas anticoncepcionais, porque elas sabem exatamente quando começaram e pararam de tomá-los, explicou a Dra. Chloe Bloom, autora do estudo.
O especialista ressalta que essas informações podem ser muito úteis para médicos e mulheres que sofrem de asma.
- Esta é outra peça do quebra-cabeça que tenta responder à questão de por que as mulheres sofrem de asma grave com mais frequência do que os homens. Até agora, a pesquisa se concentrou principalmente no estrogênio e na testosterona; Nosso trabalho esclarece o papel da progesterona, disse o Dr. Bloom.
A equipe do Imperial College London anunciou que planeja conduzir mais pesquisas sobre o impacto dos hormônios no curso da asma. Os cientistas querem analisar mais de perto, entre outras coisas: terapias hormonais e como a gravidez afeta o sistema respiratório das mulheres. Isso pode fornecer novos insights sobre como tratar a asma de forma mais eficaz em pacientes do sexo feminino.
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