Seu Carro Conhece Seus Segredos. Psicólogo Revela o Que os Motoristas Escondem

"Um carro não nos transforma em outra pessoa. É um espelho que mostra quem realmente somos", disse o Dr. Wojciech Korchut, diretor de estudos de psicologia do transporte na SWPS, à Agência de Imprensa Polonesa. O especialista enfatiza que a raiva no trânsito não provém do carro em si, mas da psicologia humana e da ilusão de que podemos facilmente evitar as consequências.
Da frustração à agressão: maneiras saudáveis de descomprimir ao volanteEm entrevista à PAP, Korchut explica: "Sim. E aqui está a chave: o problema não é a frustração ou a raiva em si, mas as decisões que tomamos em resposta a essas emoções. Entre o gatilho — alguém saiu na minha frente e nem ligou o pisca-alerta para se desculpar — e a reação — eu abro o vidro e dou uma bronca — deve haver espaço para considerar se essa reação faz sentido."
"Se alivia a tensão e não prejudica ninguém, não vejo problema algum", acrescenta. "É uma forma natural e física de aliviar o estresse. Muitos motoristas me disseram que, quando a tensão se torna insuportável, eles param, saem do carro e chutam o pneu. É um método simples e seguro que não prejudica ninguém e permite manter o controle."
No carro somos verdadeiramente nós mesmos"Costuma-se dizer que, num carro, nos tornamos o motorista e nos permitimos fazer coisas que não faríamos em nenhum outro lugar", continua Korchut. "É exatamente o oposto: num carro, somos nós mesmos. Verdadeiramente nós mesmos. O carro não é a causa das emoções que observamos em nós mesmos quando estamos ao volante. Em vez disso, é um espelho no qual podemos ver quem realmente somos."
O especialista enfatiza que os carros revelam não apenas nossas frustrações, mas também nossos lados positivos. "Como nos comportamos na estrada — não apenas como motoristas, mas também como pedestres e ciclistas — nos diz quem realmente somos. O segredo é que podemos expressar frustração com segurança — sem ofender os outros, sem danificar nada e sem usar palavrões. Se as emoções são liberadas "interiormente", por exemplo, gritando comigo mesmo ou chutando um pneu, é uma forma saudável de liberação. Não estamos prejudicando ninguém, assim como não nos surpreendemos que alguém chore em um funeral — as emoções simplesmente encontram uma saída na situação apropriada."
As estatísticas são alarmantes. Em 2024, foram registrados 21.519 acidentes rodoviários, um aumento de 2,8% em relação a 2023. Esses acidentes resultaram em 1.896 mortes e 24.782 feridos, 7.796 deles graves. A causa mais comum é a não preferência de passagem.
Aumentar as multas não leva a lugar nenhum"Aumentar as multas sem educar os motoristas é um caminho sem volta", enfatiza Korchut. "O que é preciso é regularidade, certeza das penalidades e tratamento de infrações graves como crimes."
Korchut ressalta que a educação deve começar desde cedo. "Se uma criança chega da escola e diz: 'Pai, põe o capacete, estou preocupado com você', é mais provável que os pais ouçam. Até mesmo uma criança pequena pode influenciar a segurança de um adulto."
A comunidade automobilística desempenha um papel significativo no alívio de tensões. Avisar uns aos outros sobre engarrafamentos e acidentes via rádio aumenta a segurança.
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Wprost