Eleições presidenciais polonesas: Trzaskowski, alinhado ao governo, e Nawrocki, apoiado pela oposição, disputam o segundo turno

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A pesquisa de boca de urna da eleição presidencial de hoje na Polônia indica que a primeira e a segunda posições — e, portanto, uma vaga em um segundo turno decisivo em duas semanas — foram ocupadas pelo candidato centrista alinhado ao governo, Rafał Trzaskowski, e pelo candidato conservador apoiado pela oposição, Karol Nawrocki.

No entanto, seus números respectivos — 30,8% para Trzaskowski e 29,1% para Nawrocki — são tão próximos que somente quando os resultados oficiais forem divulgados saberemos quem terminou primeiro. Em eleições anteriores, as pesquisas de boca de urna coincidiram bastante com a contagem final, mas têm uma margem de erro.

A pesquisa de boca de urna de hoje, realizada pela Ipsos em 500 seções eleitorais selecionadas aleatoriamente na Polônia, também mostra um resultado forte para os dois principais candidatos de extrema direita, Sławomir Mentzen, que está em terceiro com 15,4%, e Grzegorz Braun, que está em quarto com 6,2%.

Eles foram seguidos pelos dois principais candidatos de esquerda, Adrian Zandberg (5,2%) em quinto e Magdalena Biejat (4,1%) em sétimo, que têm entre eles o centrista Szymon Hołownia (4,8%). Os seis candidatos restantes têm 4,4% no total.

Mais cedo no domingo, enquanto a votação já estava em andamento, o chefe da Comissão Eleitoral Nacional (PKW), Sylwester Marciniak, disse que acreditava que o resultado final e oficial seria anunciado na noite de segunda-feira.

Nas eleições presidenciais polonesas, se nenhum candidato obtiver mais de 50% no primeiro turno, os dois candidatos com mais votos se enfrentam em um segundo turno, duas semanas depois. Trzaskowski e Nawrocki agora lutarão pelo apoio daqueles que votaram em outros candidatos, ao mesmo tempo em que buscam fortalecer suas próprias bases.

Quem sair vitorioso em 1º de junho sucederá o atual presidente Andrzej Duda, cujo segundo e último mandato de cinco anos termina em agosto.

O resultado será extremamente significativo para a forma como a Polônia será governada nos próximos anos. O presidente tem pouco papel na governança cotidiana, mas pode vetar projetos de lei aprovados pelo parlamento, um poder que Duda, que está alinhado com a oposição, tem usado para atrapalhar a agenda do governo atual.

A coalizão governista — que abrange da esquerda ao centro-direita — espera que Trzaskowski, vice-líder da centrista Plataforma Cívica (PO), o principal partido governista, possa reivindicar a presidência.

O partido nacional-conservador Lei e Justiça (PiS), a principal oposição, depositará suas esperanças em Nawrocki, o candidato que eles apoiam, dando continuidade ao papel de Duda de atuar como um freio nos planos do governo.

Enquanto isso, a extrema direita pode atuar como decisiva no segundo turno, com Mentzen e Braun tendo mais de 21% dos votos juntos, de acordo com a pesquisa de boca de urna.

Hołownia e Biejat representam dois partidos que fazem parte do governo, o centrista Polônia 2050 (Polska 2050) e A Esquerda (Lewica). O partido Juntos (Razem) de Zandberg estava anteriormente alinhado com A Esquerda, mas no ano passado se separou dele e da coalizão governante .

A votação de hoje ocorreu após meses de campanha em que as questões interligadas de segurança e migração dominaram o debate. Todos os principais candidatos tentaram falar duramente sobre essas questões. As duas últimas semanas da campanha também trouxeram atenção aos escândalos ligados aos dois principais candidatos.

Nawrocki alegou falsamente em um debate televisionado que possuía apenas um apartamento . Rapidamente descobriu-se que ele não apenas possuía uma segunda casa, mas que havia muitas perguntas sobre como ele a possuía e como ele tratava o idoso e deficiente que morava ali.

Enquanto isso, no início desta semana, as autoridades tomaram medidas contra uma série de anúncios no Facebook supostamente financiados por estrangeiros que expressavam apoio a Trzaskowski e críticas a Nawrocki e Mentzen.

Crédito da imagem principal: Jakub Wlodek / Agencja Wyborcza.pl