Albares afirma que a Espanha tem uma política externa global "que vai de Washington a Pequim".

O ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, destacou neste domingo a influência da Espanha no mundo: "Nunca teve tanta influência internacional como agora. Pela primeira vez na história, tem uma política externa global que se estende de Washington a Pequim" e lidera iniciativas na UE.

Em entrevista ao La Vanguardia após a reunião de Copenhague com seus colegas da UE, ele enfatizou que apresentou um plano de ação europeu para enfrentar a guerra em Gaza : "Mais e mais estados estão aderindo à nossa posição".

Sobre a ausência da Espanha nas recentes reuniões sobre tarifas dos EUA e Ucrânia, ele respondeu que a Espanha tem voz própria em todas as crises , que "a influência internacional de um país não se mede por uma foto" e que às vezes o preço de aparecer em uma foto é justamente não ter influência.

Ele insistiu que a política externa espanhola se estende dos Estados Unidos (ele citou como exemplo uma nova declaração hispano-americana 20 anos depois) à China (como potência demográfica, militar, comercial e do Conselho de Segurança da ONU), passando pela África: "Acabamos de aprovar uma nova estratégia e onde temos um diálogo crescente com esses países que são absolutamente fundamentais para a Espanha", referindo-se ao Marrocos, Mauritânia e Senegal.

Sobre a imigração deste continente, ele descreveu a política migratória da Espanha como um enorme sucesso graças à cooperação com países "africanos amigos" e disse que os últimos números da Frontex refletem uma queda de 30% no número de migrantes irregulares que chegam à Espanha e uma queda de 40% na rota das Ilhas Canárias, que ele considera a mais perigosa.

Sobre a UE, ele afirmou que "este é um momento em que a Europa deve dar um salto em sua autonomia e soberania, em que a Europa deve se afirmar", protegendo e desenvolvendo aspectos de sua própria política comunitária.

Além disso, em meio à guerra em Gaza, Albares argumenta que "a Europa não pode manter seu relacionamento com Israel nessas circunstâncias como se nada estivesse acontecendo" e que a Espanha é a favor da suspensão do acordo comercial europeu com os israelenses.

No dia em que uma flotilha partiu de Barcelona para Gaza, ele expressou seu apoio: "Como em situações semelhantes anteriores, protegeremos nossos cidadãos".

Ele enfatizou que o governo já havia mantido contato com as flotilhas em relação a incidentes e havia fornecido proteção diplomática e consular: "Neste caso , a proteção será exatamente a mesma que sempre oferecemos em nossas embaixadas mais próximas."

Sobre o status oficial do catalão na UE, ele respondeu que "mais cedo ou mais tarde, o catalão e o resto das línguas oficiais do estado espanhol também serão oficiais dentro da UE".

"O assunto continua na mesa do Conselho e nunca o retiraremos", acrescentou.