Um dos comparsas de Trump queria contornar o sistema judicial para deportar imigrantes

Seria útil se o governo parasse de nomear para cargos importantes carniçais que se parecem tanto com... bem, carniçais. Quer dizer, esse tal de Emil Bove, o ex-diretor do Departamento de Justiça atualmente sendo considerado para um cargo de juiz federal, faz qualquer comandante klingon parecer o Pierce Brosnan. Como esse idiota conseguiu escapar da mira e do sótão de Dorian Gray é algo que eu não consigo entender. Enfim, como noticiou o The New York Times , esse cara parece a personificação do que o pai de Hamlet chama de "a flor dos [seus] pecados". E eles são legião.

O relato do advogado demitido, Erez Reuveni, pinta um retrato perturbador de suas últimas três semanas na linha de frente dos esforços legais do governo Trump para enviar imigrantes para o exterior, muitas vezes com pouco aviso ou recurso. No relato do Sr. Reuveni, o Sr. Bove discutiu o desrespeito a ordens judiciais, adicionando um palavrão para dar ênfase, e outros altos funcionários da lei mostraram-se prontos para obstruir juízes ou mentir para eles para conseguir o que queriam. O relato do Sr. Reuveni, obtido pelo The New York Times , foi apresentado aos legisladores e ao inspetor-geral do Departamento de Justiça na terça-feira, apenas um dia antes do Sr. Bove testemunhar perante o Comitê Judiciário do Senado para uma nomeação para um tribunal federal de apelações.

Negações e elogios surgiram rapidamente e em grande quantidade do grande palácio branco do engano, mas o NYT e o Sr. Reuveni, que foi demitido em abril por questionar a deportação de um homem inocente para El Salvador, parecem ter o que é preciso.

O documento, no entanto, sugere uma abundante sequência de e-mails, mensagens de texto e registros telefônicos que corroborariam a versão do Sr. Reuveni sobre os eventos. Observa-se que ele foi recentemente promovido e defendeu diligentemente as controversas políticas de imigração do primeiro governo Trump. Uma reunião crucial ocorreu em 14 de março, quando o Sr. Bove, um alto funcionário do gabinete do procurador-geral adjunto, falou abertamente sobre os planos do governo. Ele informou a seus subordinados que o Sr. Trump em breve invocaria a Lei de Inimigos Estrangeiros para expulsar rapidamente um grupo de imigrantes do país naquele fim de semana. Dois outros funcionários daquele gabinete, James McHenry e Paul Perkins, estavam presentes, bem como os supervisores do Sr. Reuveni, Drew Ensign e August Flentje, de acordo com o documento do denunciante.

O Sr. Bove "enfatizou a todos os presentes que os aviões precisavam decolar de qualquer maneira", segundo o relato do Sr. Reuveni. O Sr. Bove então abordou "a possibilidade de uma ordem judicial proibir essas remoções antes que pudessem ser efetivadas".

“Bove afirmou que o Departamento de Justiça precisaria considerar mandar os tribunais 'foda-se' e ignorar qualquer ordem desse tipo”, segundo o relato. “O Sr. Reuveni percebeu que os outros presentes na sala pareciam atordoados e observou olhares estranhos e nervosos entre as pessoas presentes. O silêncio tomou conta da sala.”

Coloquem esse cara num ônibus e mandem-no de volta para debaixo da ponte, onde ele pertence.