Mimos em Périgueux 2025: Um dia fora do festival

Paralelamente ao festival "in", que ofereceu os seus primeiros espetáculos ao público, a programação "off", com 14 companhias, tomou as ruas de Périgueux na quarta-feira, 2 de julho. Uma imersão com os festivaleiros através de três espetáculos.
Após uma abertura estrondosa na terça-feira, 1º de julho, a programação "off" do Mimos, o festival de artes cênicas de Périgueux (Dordonha), tomou conta das ruas, praças e parques da cidade na quarta-feira. "Sud Ouest" foi convidado a se juntar ao público.
1 Com “Le Crew”, o público é convidado a dançarÀs 12h30, os frequentadores do festival são convidados a dançar na Place Louis-Magne. Com sua nova criação, "Le Crew", a companhia Rêvolution usa alto-falantes e música para interagir com o público. "O alto-falante permite que você se conecte com o público", explica o coreógrafo Anthony Egea. O coletivo de Bordeaux apresenta seu novo espetáculo em Mimos, testado pela segunda vez na rua, na quarta-feira, 2 de julho.

Paulo Marcille

Paulo Marcille
Os cinco dançarinos da companhia usam alto-falantes e os compartilham com o público. "Não tínhamos certeza de como as pessoas reagiriam", diz Aurélien Vaudey, um dos artistas. O público é regularmente convidado a se levantar e até dançar. "Calculávamos o tempo na coreografia para antecipar as recusas", acrescenta.
Durante o show de quarenta minutos, os frequentadores do festival são até convidados a trocar de lugar. "O público faz parte do nosso cenário", explica a dançarina. Juntos, artistas e espectadores até compartilham alguns passos de dança para concluir o espetáculo.
2 Um momento suspenso com “I fade”14h15, seguimos para a praça em frente à Igreja de Saint-Martin, onde uma figura encapuzada está deitada. Ela segura um grande boneco masculino de cabelo ruivo e bigode. A música começa e Agné Muralyté revela seu rosto. Ela conduz o público a uma performance poética, repleta de significado. "Em 'I Vanish', falo sobre a vida do meu pai, que sofreu com a transição da União Soviética para o capitalismo e não conseguiu se adaptar", explica a artista lituana.

Stéphane Klein/SO

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Uma vida que ela usa para transmitir mensagens. "Tento dizer às pessoas que elas devem valorizar mais a si mesmas e suas vidas", diz Agné Muralyté, que, depois de Aurillac em 2024, participa de seu segundo festival na França com Mimos. "Estou muito orgulhosa de estar aqui", acrescenta a artista. E o público está respondendo à altura. Para Béatrice Béchon, frequentadora do festival de Saint-Émilion (Gironde), "é uma grande lição de humanidade".
3 “Terrrien”, uma viagem com o último homem na Terra17h, na Praça Jean-Jaurès, transformada em um deserto. Nessa imensidão, Terráqueo é o último homem na Terra. Ele é pequeno, encolhido sobre si mesmo, buscando desesperadamente água para fazer sua planta crescer. Por trás do personagem, Léo Lequeuche imaginou um espetáculo que mistura ficção científica e desenho animado. "Terráqueo é o Wall-E do filme 'Duna'", explica ele.

Stéphane Klein/SO

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"Terrien" é um programa humorístico, mesmo que Léo Lequeuche não esteja tentando fazer piadas. "O que faz as pessoas rirem é esse personagem irreal." E na tarde de quarta-feira, muitas crianças acompanharam Terrien em sua busca por água. "A ideia é distraí-las das imagens convencionais de ficção científica com grandes navios e a conquista de Marte."
SudOuest