"É criminoso!": tendência de "tatuagem de sol" ou "linhas de queimadura" do TikTok preocupa dermatologistas

Uma nova tendência nas redes sociais está assustando os profissionais de saúde . Vídeos postados no TikTok e no Instagram com as hashtags "marcas de bronzeado" ou "tatuagem de sol" estão acumulando milhões de visualizações. O objetivo: deixar as marcas de bronzeado, ou muitas vezes queimaduras de sol, o mais nítidas e pronunciadas possível no seu traje de banho. Mas também existem tipos de tatuagens temporárias, criadas cobrindo certas áreas da pele com protetor solar.
"Essas são queimaduras reais porque o objetivo é obter o máximo contraste com a área protegida com uma grande quantidade de creme", alerta a dermatologista Catherine Oliveres-Ghouti, membro da União Nacional de Dermatologistas e Venereologistas , da RMC. Uma tendência que afeta mais frequentemente mulheres jovens, muitas vezes adolescentes.
Para alcançar esse resultado, essas mulheres estão dispostas a fazer qualquer coisa, até mesmo queimar a pele ao se expor ao sol sem proteção. Cada uma compartilha seus conselhos para conseguir isso. Uma delas, "aplicar óleo de cenoura agora". Outra opta por "óleo de Monoï" e está encantada por ter "se queimado" e por estar com "tanta dor".

Esses óleos de "fritura" permitem "contraste máximo", lamenta Catherine Oliveres-Ghouti no Apolline Matin . Ao pesquisar no TikTok, a especialista se deparou com "queimaduras de segundo grau com bolhas".
"É completamente inconsciente. As pessoas que espalham esse tipo de ideia no TikTok são criminosas", insiste o especialista.
Essa tendência levou o Ministro da Saúde, Yannick Neuder, a publicar um vídeo nas redes sociais para alertar as jovens: "Sua pele é sua vida, você só tem uma, não a sacrifique por um zumbido de 30 segundos", declarou.
A dermatologista Catherine Oliveres-Ghouti descreve isso como uma tendência "absolutamente prejudicial" que representa "um perigo imediato, pois você pode sofrer uma queimadura de sol terrível" e "no final das contas, você tem um risco pelo menos 50% maior de desenvolver câncer de pele nos próximos 10 ou 12 anos". De acordo com a Saúde Pública da França, mais de 85% dos cânceres de pele estão relacionados à exposição excessiva ao sol.
"O melanoma matou 2.800 pessoas no ano passado, o mesmo número de pessoas nas ruas", ressalta o dermatologista.
Eve Maubec, membro da Sociedade Francesa de Dermatologia, também alerta os mais jovens sobre os perigos da exposição solar: "O acúmulo dessas exposições repetidas é muito perigoso. Se você sofreu cinco queimaduras solares antes dos 20 anos, aumenta o risco de melanoma em 80%."
Para evitar o aumento do risco de câncer de pele, Catherine Oliveres-Ghouti aconselha "buscar a sombra sob um teto" sempre que possível. "Protetor solar entre 11h e 16h é inútil; nunca é demais", acrescenta. Ela também acrescenta que a maioria dos guarda-sóis "não oferece proteção alguma".
RMC