Postos de gasolina em Charlesbourg e Beauport, na cidade de Quebec, estão envolvidos em uma guerra de preços.

Uma guerra de preços de gasolina eclodiu na Região da Capital Nacional nos últimos dias. No entanto, um mês após a abolição do preço mínimo, o impacto nas bombas ainda é sentido em outras partes de Quebec.
No início de junho, o governo Legault encerrou 28 anos de gestão do preço mínimo da gasolina e do diesel. A Ministra da Energia, Christine Fréchette, esperava iniciar uma mudança em direção a um mercado mais livre e transparente no setor petrolífero. Uma guerra de preços era esperada, com o objetivo de empoderar os consumidores. No entanto, ela ainda não se materializou na grande maioria do país.
Entretanto, uma "pequena exceção" parece estar surgindo na região de Quebec.
"Alguns varejistas nas áreas de Charlesbourg e Beauport parecem estar envolvidos em uma guerra de preços, com preços bem abaixo da média", observa Simon Bourassa, porta-voz da CAA-Quebec. No último fim de semana, os preços chegaram a US$ 1,36 por litro, 15 centavos a menos do que em outras partes do Quebec.
Analistas da CAA ressaltam, no entanto, que esses preços mais baixos já eram observados no setor antes mesmo da abolição do preço mínimo.
Hoje, alguns postos de gasolina perto da Rua Seigneuriale e do Boulevard Louis XIV ainda oferecem os preços mais baixos da região, a US$ 1,45 por litro. Em comparação, o preço ultrapassa US$ 1,50 no centro da cidade de Quebec e em outros lugares.
Costco aproveitaEmpresas como a Costco parecem estar apostando pesado. "Na Costco, pelo menos na Bouvier Street [na Cidade de Quebec], estamos a US$ 1,32, o que está bem abaixo da média. Seria preciso voltar a 2021 para ver preços tão baixos na Costco", observa Simon Bourassa, da CAA.
"Isso pode ser um efeito da abolição do preço mínimo estimado, mas é muito cedo para afirmar isso. Teremos que observar as tendências de preços por um período mais longo."
Por enquanto, o gabinete do Ministro da Energia espera esperar algumas semanas antes de fazer uma avaliação inicial de sua medida.
Há muitos fatores influenciando o preço na bomba, como a guerra no Irã e o período de verão, explicou a porta-voz Catherine Pelletier.
"De acordo com as observações do ministério, houve alguns eventos mais esporádicos e locais, mas eles não têm informações generalizadas", relata ela.
Pequena margem para varejistasSegundo Sonia Marcotte, da Associação de Distribuidores de Energia de Quebec, esses varejistas nem sequer cobrem seus custos de aquisição.
Nesta sexta-feira, 4 de julho, os varejistas estão pagando em média US$ 1,44 por litro pela gasolina que revendem.
"A população e até mesmo o governo não tinham noção do que era o preço mínimo", lamenta.
O preço mínimo visava proteger os pequenos varejistas. Impunha um preço mínimo na bomba, com base no custo de compra do combustível nas refinarias (veja o quadro).
Marcotte alerta que uma guerra de preços pode prejudicar os varejistas e, por fim, aumentar os preços para os consumidores.
A abolição do preço mínimo não é necessariamente conversa fiada. Se uma guerra de preços se consolidar, prejudicará os varejistas e poderá levar ao fechamento de lojas.
Ela considera, portanto, normal que os preços permaneçam relativamente estáveis, ressaltando que mesmo emissoras afiliadas a grandes marcas não conseguiriam sustentar uma guerra de preços prolongada.
"Há 940 postos de gasolina que não fazem parte de uma rede corporativa", lembra ela.
Qual era o preço mínimo em Quebec?- Imposto em 1997
- Preço mínimo na bomba
- Inclui: preços do petróleo bruto, transporte, margens, impostos
- Objetivo: Proteger os pequenos varejistas
- Abolido em junho de 2025
- Novo objetivo: estimular a concorrência e baixar os preços
LE Journal de Montreal