Na Hungria, Orbán está mais frágil do que nunca após o Orgulho

Em 27 de maio de 1988, uma multidão carregando cartazes, tocando música alta e cantando marchou do centro de Peste até Buda. Anteriormente, sob a ditadura comunista, era inconcebível que milhares de pessoas saíssem às ruas por uma causa que só pessoas más e/ou estúpidas poderiam desaprovar. Essa causa específica era o meio ambiente. A manifestação protestou contra as barragens de Gabcikovo-Nagymaros [no Danúbio]. Tornou-se um prego no caixão deste projeto, mas também no caixão de uma ditadura moribunda.

Proteger os direitos das minorias sexuais e de outros grupos minoritários também é algo com que apenas pessoas muito maliciosas e/ou estúpidas discordam. Mas essa não é a única razão pela qual, em 28 de junho de 2025, uma multidão muito maior do que a de 37 anos atrás marchou da Praça Deak até a Universidade Politécnica. É também porque a autocracia ultrapassada, como costuma acontecer com regimes estagnados, avaliou mal sua própria força e a opinião pública. Com a proibição desajeitada da Parada do Orgulho, a marcha pelos direitos gays se transformou em um carnaval nacional pelo direito de reunião e pela liberdade em geral.

Ao contrário de 1988