Jogador do FC Nantes, Mostafa Mohamed se recusa a jogar no dia da luta contra a homofobia

Por O Novo Obs com AFP
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Mostafa Mohamed se recusa a se apresentar no dia da luta contra a homofobia em nome de suas "origens" e sua "fé". APENAS FOTOS/SIPA EUA/SIPA / APENAS FOTOS/SIPA EUA/SIPA
O atacante egípcio do FC Nantes, Mostafa Mohamed, justificou sua ausência na partida de sábado contra o Montpellier, na sexta-feira, 16 de maio, com suas "origens" e "fé". Esta partida, assim como as demais da 34ª rodada da Ligue 1, faz parte de uma iniciativa contra a homofobia, gerando reações políticas.
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"Certos valores profundamente enraizados, ligados às minhas origens e à minha fé, dificultam a minha participação nesta iniciativa", escreveu o jogador de 27 anos em uma história escrita em árabe e depois em francês na rede social Instagram.
Devido à sua ausência na última jornada da temporada, numa partida decisiva para o futuro dos Canários, o clube decidiu sancioná-lo financeiramente.
Explicações de Mostafa Mohamed, em sua conta do Instagram CONTA DE MOSTAFA MOHAMED NO INSTAGRAM
Acostumado a isso, tendo já se recusado nas últimas duas temporadas a participar do dia em que a elite do futebol francês denuncia a violência e a discriminação contra homossexuais, o jogador acredita que sua recusa em participar "não expressa rejeição nem julgamento, apenas uma lealdade ao que me constrói" .
Mohamed já sancionado"Cada um carrega consigo uma história, uma cultura, uma sensibilidade. Viver juntos também significa reconhecer que essa diversidade pode se expressar de forma diferente dependendo da pessoa", argumentou o atacante internacional (47 jogos pela seleção, 13 gols).
"Acredito no respeito mútuo — o respeito que devemos aos outros, mas também o respeito que devemos a nós mesmos e às nossas crenças", acrescentou.
Na República Francesa, a fé não está e nunca estará acima da lei. "Homofobia não é uma 'sensibilidade' ou uma 'diversidade', é um crime", reagiu a Ministra Delegada para a Igualdade de Gênero, Aurore Bergé, no X, acrescentando que "é hora de sanções claras serem tomadas". Segundo ela, a iniciativa da LFP deve "ser respeitada por todos" .