Um buraco negro primordial foi descoberto

Novas observações do telescópio James Webb podem derrubar as teorias atuais sobre o universo. Pesquisadores descobriram um buraco negro que se formou nos primórdios do universo.
James-Webb avistou algo estranho novamente... E, de acordo com os pesquisadores que analisaram os dados capturados pelo famoso telescópio espacial, parece ser um buraco negro supermassivo, com massa equivalente a 50 milhões de vezes a do Sol, que foi criado logo após o Big Bang. Eles descrevem suas observações em um artigo que ainda não foi revisado por pares, mas está disponível online no arXiv.
“Se confirmado como o que é conhecido como um buraco negro primordial, uma classe de objeto teórico cuja existência foi prevista por Stephen Hawking, mas nunca foi observada antes, ele derrubaria as teorias atualmente predominantes do Universo”, entusiasma-se o The Guardian.
Entrevistado pelo diário britânico, Roberto Maiolino, cosmólogo da Universidade de Cambridge e primeiro autor, explica:
Este buraco negro está quase nu. Isso desafia completamente nossas teorias. Parece que este buraco negro se formou sem uma galáxia precedente.
O que o pesquisador quer dizer com "quase nua" é que a matéria brilhante detectada ao redor do buraco negro era quimicamente "pura", composta quase exclusivamente de hidrogênio e hélio, os dois elementos remanescentes do Big Bang. "A ausência de elementos mais pesados confirma a ausência de formação estelar significativa perto do buraco negro", explica o The Guardian.
No entanto, a teoria atual sustenta que estrelas e galáxias surgem primeiro, e então buracos negros se formam quando as estrelas ficam sem combustível e entram em colapso. Mas as observações não batem. Para Roberto Maiolino, "esses resultados representam uma mudança de paradigma".
No entanto, outras hipóteses também poderiam explicar essa "nudez". Para Andrew Pontzen, cosmólogo da Universidade de Durham que não participou deste trabalho, ainda levará algum tempo até que o debate sobre a origem primordial do buraco negro seja resolvido.
Courrier International