A Colômbia está consolidando sua posição como um destino importante para o turismo médico: quais são as razões por trás desse crescimento?

Nos últimos anos, a Colômbia se posicionou como um dos destinos preferidos dos viajantes. Essa decisão se deve, em parte, à ampla variedade de experiências que o país oferece: passeios pela natureza, passeios culturais, passeios de aventura e passeios de sol e praia.
No entanto, os viajantes também se interessaram por outros segmentos importantes, como o turismo de bem-estar e saúde. Alguns dos motivos por trás desse aumento são a qualidade e a tecnologia dos serviços , além dos preços significativamente mais baixos do que em outros países, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

Visitantes gastam dinheiro com saúde e, ao mesmo tempo, com outras áreas da cidade. Foto: iStock
Ana María Medina, líder do turismo médico Sura, explicou ao EL TIEMPO que o objetivo desse tipo de turismo é buscar serviços de saúde fora do local de origem, seja por dificuldades técnicas, especialização ou acesso.
Segundo dados da Migração Colombiana e do DANE (Instituto Nacional de Estatística), a chegada de visitantes estrangeiros ao país para esse tipo de procedimento aumentou 7% em 2024 em comparação com 2023. Os países de onde provém o maior número de turistas para esse tipo de procedimento são: Estados Unidos (41%), Holanda (18%) e Panamá (7%) . As chegadas são registradas principalmente em três cidades: Bogotá, Cali e Medellín.

O país com maior número de turistas para esse tipo de procedimento são os Estados Unidos. Foto: iStock
Medina afirma que o país tem ampla experiência nesse segmento, atuando na internacionalização de serviços de saúde há mais de 25 a 30 anos.
“A Colômbia evoluiu não só em termos de qualidade técnica, com foco na acreditação internacional e no cumprimento de padrões que permitem comparar a oferta sanitária nacional com a dos melhores lugares do mundo, mas também no desenvolvimento de escritórios internacionais nas diferentes entidades de saúde , focados em garantir uma experiência única e memorável para quem vem do exterior”, explica.
Quais são os tratamentos mais comuns? Segundo Medina, existem dois tipos de pacientes. De um lado, há aqueles que vêm à Colômbia em busca de serviços particulares, geralmente não cobertos por planos de saúde , como odontológicos, oftalmológicos, de fertilidade, cirurgias plásticas e exames físicos.
Por outro lado, é cada vez mais evidente que, dadas as precárias condições de saúde nos países vizinhos da América Latina e os altos custos nos Estados Unidos, muitos pacientes viajam ao país para procedimentos de oncologia, cirurgia cardíaca, neurocirurgia e ortopédicos por meio de seus planos de saúde.
A Colômbia, ressalta Medina, é atraente para esses pacientes por três razões fundamentais:
Primeiro, qualidade: o país conta com instituições de saúde reconhecidas na América Latina e certificadas pela Joint Commission International , como a Fundação Cardioinfantil, em Bogotá, a Fundação Valle del Lili, em Cali, e o Hospital Pablo Tobón Uribe, em Medellín.

A Colômbia também é conhecida pela empatia e pelo tratamento humano dispensado aos pacientes. Foto: iStock
Além disso, há mais de 60 instituições que atendem a algum tipo de acreditação local ou internacional. " As regulamentações colombianas, em comparação com a região, são muito exigentes para que as instituições sejam acreditadas e cumpram os processos", acrescenta.
A segunda variável é o preço. Segundo Medina, a Colômbia é altamente competitiva porque esses tipos de serviços são isentos de impostos e porque o custo de vida é relativamente baixo. Isso tem um impacto positivo em aspectos como honorários médicos, materiais cirúrgicos e medicamentos.
Por fim, destacam-se a empatia e o tratamento humano ao paciente.
O aumento de visitantes tem um impacto positivo não apenas nas instituições, mas também na economia das cidades. “ Os turistas médicos são atemporais, ou seja, não respondem a uma dinâmica de férias, mas vêm o ano todo. Além disso, costumam vir acompanhados, em vez de sozinhos, e sua estadia pode durar uma semana, embora haja casos em que permanecem por dois ou três meses”, diz Medina.
De acordo com o último relatório do Grupo de Saúde de Medellín, os gastos com saúde em 2024 totalizaram aproximadamente 65 bilhões de pesos , com um impacto econômico no turismo de aproximadamente 45 bilhões de pesos. Isso significa que os visitantes gastam com saúde e, ao mesmo tempo, em outras áreas da cidade.
Os desafios Sobre os desafios, o especialista argumenta que variáveis como estabilidade política, segurança do paciente e padronização de atuação em cada cidade podem dificultar o fortalecimento desse segmento em algumas regiões.

Segundo Medina, os turistas médicos são atemporais, por isso vêm o ano todo. Foto: iStock
“Um grande desafio é validar os serviços médicos oferecidos, porque os pacientes muitas vezes tomam decisões com base em informações que encontram nas redes sociais ou no Google, sem nenhuma padronização ou garantia de qualidade”, acrescenta Medina.
Embora a Colômbia tenha tido uma trajetória positiva no setor, Medina acredita que é fundamental consolidar esforços independentes por meio de uma marca-país , como fazem destinos como Costa Rica, Turquia e Coreia do Sul.
ANGIE RODRÍGUEZ - EDITORIAL DE VIAGENS - @ANGS0614
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