Controvérsia judicial em Michoacán: Juiz libera "La Güera", suposta operadora de CJNG, por detalhe técnico; FGR anuncia ações

Uma decisão judicial controversa em Michoacán mais uma vez trouxe à tona a eficácia do sistema de justiça mexicano no combate ao crime organizado. A juíza Elizabeth Galicia ordenou a libertação de Leslie "N", conhecida como "La Güera", identificada como suposta agente do Cartel de Jalisco Nueva Generación (CJNG), citando "inconsistências" no procedimento de busca, o que motivou uma forte resposta da Procuradoria-Geral da República (FGR).
A justiça mexicana está enfrentando um novo escrutínio após a libertação de Leslie "N", conhecida como "La Güera", que foi presa em 1º de maio de 2025, em Huandacareo, Michoacán, e é identificada pelas autoridades como uma suposta peça-chave na estrutura operacional do Cartel Nova Geração de Jalisco. A decisão da juíza Elizabeth Galicia de não processá-la, alegando falhas técnicas durante sua prisão, foi descrita pelo Ministério Público, chefiado por Alejandro Gertz Manero, como um "subterfúgio" que foge da justiça.
Segundo relatos, a juíza Galicia baseou sua decisão em "inconsistências quanto ao número de vezes que a porta foi batida antes de entrar" durante a busca na casa onde "La Güera" estava localizada. Para a Procuradoria-Geral da República, nem a droga encontrada, nem a tentativa de fuga, nem o mandado de busca foram suficientes para o juiz, que priorizou o detalhe processual em detrimento da solidez das acusações.
Este episódio foi descrito como um exemplo claro do fenômeno da "porta giratória", em que supostos criminosos de alto perfil são libertados devido a questões técnicas legais, apesar das evidências contra eles.
A situação destaca uma tensão persistente dentro do sistema judicial mexicano: o delicado equilíbrio entre o respeito irrestrito ao devido processo legal e a necessidade de combater efetivamente organizações criminosas poderosas. Quando detalhes técnicos processuais são percebidos como obstáculos que facilitam a impunidade, a confiança dos cidadãos nas instituições é prejudicada e a percepção de uma justiça seletiva ou ineficaz é alimentada. Esses tipos de decisões, longe de serem isoladas, muitas vezes intensificam o debate público sobre a necessidade urgente de reformas judiciais profundas que fortaleçam tanto os direitos individuais quanto a capacidade do Estado de punir crimes.
A Procuradoria-Geral da República reagiu rapidamente, anunciando que tomará medidas legais contra a juíza Elizabeth Galicia. Embora a medida busque criar um precedente e exigir responsabilização dentro do próprio sistema judiciário, o "dano", como apontam algumas reportagens, "já foi feito": o suposto autor do crime está em liberdade.
Para a Procuradoria-Geral da República, chefiada por Alejandro Gertz, isso não é justiça, é um subterfúgio. A Procuradoria está perseguindo o juiz, mas o estrago já foi feito; a porta giratória está funcionando novamente. — Frentes Políticas
A decisão do FGR de processar o juiz pode ser interpretada de várias maneiras. Por um lado, como uma tentativa legítima de garantir a correta aplicação da lei e evitar que decisões questionáveis criem precedentes negativos. Por outro lado, isso pode ser visto em alguns setores como uma forma de pressão sobre a independência do judiciário, especialmente em um contexto em que as relações entre o Ministério Público e o judiciário sofreram atritos no passado.
Esse confronto pode ter um efeito inibidor sobre outros juízes ao resolver casos delicados envolvendo crime organizado, ou pode incentivar um escrutínio mais rigoroso das ações ministeriais para evitar erros processuais.
O caso de "La Güera" destaca a complexidade de administrar a justiça em um país assolado pela violência criminosa. À medida que os cartéis continuam a desafiar o Estado, o sistema judicial está envolvido em debates sobre forma e substância, onde "o que é legal nem sempre é justo... e o que é justo é cada vez mais difícil de capturar".
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La Verdad Yucatán