"Vida longa às heroínas anônimas": Claudia Sheinbaum lidera seu primeiro Grito pela Independência

Claudia Sheinbaum fez história em 15 de setembro ao se tornar a primeira mulher presidente a proferir o Grito de Independência na sacada central do Palácio Nacional, no Zócalo, na Cidade do México.

Sheinbaum, que venceu as urnas em 2024 e se tornou a primeira mulher presidente do México, foi o centro das atenções no 215º aniversário do "Grito de Dolores", que reencenou diante de milhares de pessoas o chamado à insurreição lançado pelo padre Miguel Hidalgo em 1810.

Na lotada Plaza de la Constitución , o presidente de 63 anos apareceu diante dos mexicanos na segunda-feira para agitar a bandeira nacional.

"Vida longa às heroínas anônimas"

Por volta das 23h (horário local), acompanhada do marido, Jesús María Tarriba, a presidente federal saiu à sacada principal e entoou o tradicional Grito de Independência, no qual destacou a menção às heroínas da nação e o nome de solteira de Josefa Ortiz:

"Mexicanos, mexicanos. Viva a independência, viva Miguel Hidalgo y Costilla, viva Josefa Ortiz Téllez Girón, viva José María Morelos y Pavón, viva Leona Vicario, viva Ignacio Allende, viva Gertrudis Bocanegra, viva Vicente Guerrero, viva Manuela Moilna, 'a Capitã'.

Viva as heroínas anônimas, viva as heroínas e os heróis que nos deram a nossa pátria. Viva as mulheres indígenas, viva nossos irmãos e irmãs migrantes, viva a dignidade do povo mexicano, viva a liberdade, viva a igualdade, viva a democracia, viva a justiça, viva um México livre, independente e soberano.

“Viva o México, viva o México, viva o México!”

Guarda de honra

Antes de sair para a varanda central do Palácio Nacional, o presidente Sheinbaum fez uma guarda de honra diante do retrato da "Meritoriíssima e Doce Mãe da Pátria", Leona Vicario.

Mas o evento não está imune à realidade mexicana. Devido ao risco de violência, o estado de Sinaloa e vários municípios de Michoacán cancelaram as celebrações em massa.

Desde que assumiu o cargo em 1º de outubro de 2024, Sheinbaum se apresenta como "presidente com 'a'" e como "comandante" das Forças Armadas , que ela inspeciona usando trajes com bordados indígenas coloridos. Comandantes militares também se referem a ela como tal.

A aparição de Sheinbaum Pardo diante dos frequentadores do Zócalo "abre um espaço que era tacitamente proibido às mulheres", disse o historiador mexicano Lorenzo Meyer à AFP.

Além disso, confirma que a sociedade mexicana finalmente aceitou que, no topo do poder político, "o gênero não importa", enfatizou.