Nova ferramenta permite que companhias aéreas meçam e tomem decisões com menor impacto climático

Nova ferramenta permite que companhias aéreas meçam e tomem decisões com menor impacto climático
▲ O sistema foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Irvine. Foto: Europa Press
Imprensa Europa
Jornal La Jornada, quinta-feira, 3 de julho de 2025, p. 6
Madri. Um novo estudo liderado pela Universidade da Califórnia, em Irvine, revela que as companhias aéreas podem tomar decisões mais inteligentes para reduzir o impacto da aviação no aquecimento global.
A pesquisa, apoiada pela NASA e pela National Science Foundation (NSF), foi publicada na Nature e oferece insights promissores para o futuro das viagens aéreas e da ação climática.
A aviação civil contribui para o aquecimento global por meio de vários fatores: dióxido de carbono (CO2) proveniente de combustíveis, óxidos de nitrogênio (NOx) que afetam os níveis de ozônio e metano e a formação de trilhas de condensação persistentes. Cada um desses fatores contribui para o aprisionamento de calor na atmosfera. Historicamente, os esforços para reduzir um desses fatores climáticos frequentemente aumentaram o outro, levando a decisões difíceis para a indústria da aviação.
Mas agora, pesquisadores liderados por Michael Prather, professor de ciência do sistema terrestre na Universidade da Califórnia, em Irvine, criaram uma nova ferramenta de tomada de decisão que mede o impacto climático total de cada atividade da aviação, incluindo incertezas. Chamada de Atividade de Aquecimento Global (AAG), essa métrica mede a duração e a intensidade do impacto de cada componente na atmosfera, seja ao longo de horas ou de um século. A chave está em quantificar as incertezas de todos esses elementos, permitindo que os usuários formulem uma curva de risco de decisão que calcule a probabilidade de que uma determinada compensação tenha sucesso na mitigação das mudanças climáticas.
"Sempre tentamos integrar a quantificação da incerteza em nossas avaliações climáticas"
, explicou Prather em um comunicado. "Mas esta nova ferramenta de decisão usa essas informações para fornecer uma quantificação precisa do risco em decisões de compensação climática."
Trilhas de condensação
O estudo conclui que, se as decisões sobre aviação resultarem em uma redução de apenas 3% a 5% nas emissões de condensadores ou NOx, elas podem compensar um aumento de 1% nas emissões de CO2 ao longo de um período de 100 anos. Em outras palavras, estratégias cuidadosamente selecionadas que aumentem ligeiramente o consumo de combustível podem reduzir o impacto climático de longo prazo da aviação. Essa abordagem foi aplicada apenas a danos causados pelas mudanças climáticas e não abordou compensações em termos de custos econômicos (como maior consumo de combustível por voo).
Embora modelos anteriores muitas vezes tivessem dificuldade para comparar os efeitos de poluentes de curta e longa duração, a GWA permite comparações mais precisas baseadas em atividades, ajudando a indústria da aviação a encontrar as opções menos prejudiciais para reduzir as mudanças climáticas.
As implicações vão além da aviação. A ferramenta GWA também pode ajudar a avaliar o impacto climático de outros setores, como transporte marítimo, agricultura ou manufatura, onde diferentes tipos de emissões competem e interagem, conclui Prather.
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