Autárquicas. Os principais duelos (e previsões) eleitorais

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Autárquicas. Os principais duelos (e previsões) eleitorais

Autárquicas. Os principais duelos (e previsões) eleitorais

Lisboa

São os próprios socialistas que concedem que o incumbente Carlos Moedas parte com vantagem para as eleições de 12 de outubro.

Alexandra Leitão que anda já em campanha à várias semanas é o peso pesado que o PS escolheu para tentar reconquistar a Câmara da capital que, nas últimas autárquicas escapou a Fernando Medina por uma unha negra. À coligação apresentada por Moedas, que reúne PSD, CDS e IL, Alexandra Leitão contrapõe uma coligação entre PS, Livre, BE e PAN.

A campanha eleitoral ainda não começou formalmente e, tendo em conta o que aconteceu nas últimas eleições em Lisboa, é arriscado dar por certa a vitória do atual Presidente da Câmara. Nas eleições de 2021, Moedas venceu por pouco mais de dois mil votos, facto que não teria acontecido caso Medina tivesse acrescentado à coligação com o Livre, o BE e o PAN. Se tal tivesse acontecido, Medina teria ganho por larga margem.

Porto

Socialistas e sociais-democratas apostam tudo nesta eleição. Nos últimos 12 anos, o independente Rui Moreira roubou a segunda maior câmara do país aos dois grandes partidos. Agora que o independente abandona funções sem deixar um sucessor claro, as direções do PS_e do PSD olham para a reconquista do Porto como uma das bandeiras principais para reclamar vitória na noite de 12 de outubro.

Manuel Pizarro é o nome socialista que pela terceira vez vai a votos na capital do norte. A seu favor tem o facto de já ter sido vereador, no primeiro mandato de Rui Moreira e de ter deixado boa memória junto de alguns munícipes, muitos deles, eleitores do independente. A aposta em somar aos eleitores socialistas, muitos dos que votaram em Rui Moreira, é um dos grandes trunfos de Manuel Pizarro, que vê com agrado o surgimento de várias candidaturas independentes que, na maior parte dos casos vão dividir votos à direita. É o caso de Filipe Araújo, o atual vice-presidente da Câmara, e também de António Araújo, médico e ex-diretor do Hospital de Santo António. As más línguas dizem que os homens de Pizarro terão estado nos bastidores do lançamento destas candidaturas. Verdade ou mentira, o que é facto é que a sondagem publicada pelo jornal Expresso na semana passada mostra que Pizarro está para já na pole position na corrida à Câmara do Porto.

Do lado do PSD, Pedro Duarte é o nome escolhido para tentar uma vitória. Tendo sido um dos ministros com mais peso e visibilidade no primeiroGoverno de Luís Montenegro, Pedro Duarte foi a escolha natural para o desafio, apesar de o anúncio ter sido atrasado para os últimos dias do anterior Executivo. Até ao anúncio formal, Pedro Duarte foi dizendo que a presidência da Câmara do Porto era a sua ‘cadeira de sonho’. A cadeira pode agora estar ao alcance, dada a escassa diferença a que as sondagens o colocam do seu principal adversário. A candidatura do ex-ministro reúne o apoio não só de sociais-democratas, como do CDS_e da IL. Pelo caminho ficou a tentativa de juntar Filipe Araújo à coligação. O candidato ainda não perdeu a esperança de que os herdeiros de Rui Moreira possam vir a juntar-se à sua candidatura, embora o número dois de Moreira faça questão de reafirmar que a sua candidatura é para levar até ao fim.

O excesso de candidatos à Câmara do Porto é o principal fator de incerteza no resultado das próximas autárquicas. O efeito que a fragmentação de votos deverá ter no resultado final, não irá alterar o facto de apenas dois candidatos poderem ganhar: Manuel Pizarro ou Pedro Duarte. Mas os votos que as candidaturas independentes vierem a ter, podem bem significar a diferença de votos entre o vencedor e o derrotado.

Sintra

É uma das grandes incógnitas das próximas eleições autárquicas. Sintra é o terceiro Concelho mais populoso do país, logo atrás de Lisboa e do Porto. O município tem sido governado pelos socialistas nos últimos anos. Basílio Horta não pode candidatar-se e os socialistas escolheram a antiga ministra Ana Mendes Godinho para o desafio de manter Sintra nas mãos do partido. O PSD_aposta forte, num candidato que é repetente . O social-democrata Marco Almeida, concorreu como independente, contra o seu partido em 2021 e conseguiu ficar em segundo lugar logo abaixo do PS. Agora concorre pelo partido e os sociais-democratas acreditam na vitória.

Rita Matias, uma das caras com mais visibilidade do Chega é a aposta de André Ventura para tentar disputar um município em que o partido venceu nas legislativas de maio.

Por tudo isto fica a incógnita sobre qual destes 3 nomes vai vencer em outubro.

Gaia

A par com Sintra, é um dos desafios eleitorais mais interessantes das próximas autárquicas. José Vítor Rodrigues foi o autarca socialista que governou a Câmara nos últimos anos e que não chega ao fim do atual mandato por motivos judiciais que levaram à perda de mandato.

João Paulo Correia, deputado e Ex secretário de estado da juventude é a aposta socialista para tentar manter o município em mãos socialistas, mas a tarefa tornou-se mais complicada nas últimas semanas, não só pelo que aconteceu a José Vítor Rodrigues, mas também pelo anúncio do adversário social-democrata.

O PSD só nos últimos dias anunciou o candidato para Gaia, mas o atraso não deverá ser prejudicial. Luís Filipe Menezes volta a candidatar-se à autarquia que já venceu por três vezes e de onde terá deixado saudades. Parte para a corrida com vantagem e com muitas críticas aos mandatos socialistas que acusa de terem paralisado a autarquia.

Setúbal

Vai ser a roleta russa das eleições autárquicas de outubro. Setúbal é um dos últimos bastiões autárquicos do PCP. O atual autarca, André Martins recandidata-se ao lugar, mas a tarefa de reconquista não será fácil tendo em conta os candidatos e as mudanças eleitorais no distrito.

O PSD faz uma aposta arriscada, ao apoiar a candidatura da ex-autarca comunista, Maria das Dores Meira, que agora assume uma candidatura independente, ao município que governou por muitos anos. O PS_aposta em Fernando José, um atual vereador do município, que até há poucos meses tinha reais possibilidades de ganhar. Tudo pode ter mudado depois das ultimas legislativas. O Chega leva a votos Lina Lopes, uma antiga deputada social-democrata que no último ano se mudou de armas e bagagens para o partido de André Ventura. É mais um dos desafios que o Chega tem reais possibilidades de ganhar.

Coimbra

Ana Abrunhosa é uma das apostas mais fortes do Partido Socialista nestas eleições autárquicas. A escolha de Pedro Nuno Santos para a corrida eleitoral em Coimbra, reflete bem a expectativa de uma vitória. Ana Abrunhosa foi uma das ministras com melhor imagem dos governos de António Costa, imagem positiva que manteve, com os socialistas já na oposição. O incumbente é o independente José Manuel Silva, o Ex bastonário da ordem dos médicos, que nas últimas eleições se candidatou com o apoio de PSD_e CDS. Vai recandidatar-se a um novo mandato, mas nos bastidores dos partidos que o apoiam receia-se o impacto da candidatura da sua principal adversária, até porque, dizem os locais, o atual executivo não tem resultados para apresentar. É por tudo isto que as previsões apontam para uma mudança de mãos na Câmara de Coimbra, na noite de 12 de outubro.

Braga

É uma das capitais de distrito em que o limite de mandatos pode ditar mudanças. Ricardo Rio é o social democrata que tem governado a cidade nos últimos 12 anos, sucedendo a décadas de governação do socialista Mesquita Machado.

João Rodrigues, atual vereador no executivo de Ricardo Rio, é o candidato do PSD. Uma escolha que não foi consensual nas estruturas locais e que motivou até críticas do atual Presidente da Câmara. O nome de João Rodrigues levantou também dúvidas por ser filho do dono da gasolineira que foi cliente da empresa de Montenegro.

Do lado socialista a aposta é num veterano, antigo deputado e governante. António Braga é o nome escolhido para tentar trazer de volta a cidade para as mãos dos socialistas. A candidatura de Rui Rocha, líder demissionário da IL, é outro fator que desperta interesse nestas eleições, não porque possa ganhar, mas para avaliar o peso que tem na sua cidade natal.

Faro

Foi no Algarve que o Chega teve o seu melhor resultado, logo nas eleições de 2024, quando conseguiu eleger 50 deputados. Nas últimas eleições o resultado reforçou-se. É por isso que Faro pode bem vir a ser a primeira capital de distrito conquistada para o Chega. Consciente da real possibilidade de vitória, o partido escolheu Pedro Pinto, líder parlamentar para tentar a conquista autárquica.

Cristóvão Norte é o social-democrata que vai tentar manter o município nas mãos da coligação de direita que atualmente governa a cidade de Faro. Ao seu lado concorre um outro nome forte do PSD_Algarve: Macário Correia que se candidata à Assembleia Municipal.

Os socialistas apostam em António Miguel Pina, o atual Presidente da Câmara de Olhão. Uma aposta segura, para tentar conquistar a capital do Algarve para os socialistas.

Jornal Sol

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