2700 médicos querem trabalhar no estrangeiro

Nos últimos três anos, 2719 médicos pediram à Ordem dos Médicos certidões de Good Standing, que lhe permitem exercer a profissão no estrangeiro, avança o Diário de Notícias. Anualmente, há cada vez mais clínicos a requerem este documento, onde ficam comprovadas as suas competências: foram 972 em 2024, um aumento de 3% em relação ao ano anterior e de 21% comparativamente com 2022.
A Secção Regional do Sul concentra mais de metade dos pedidos de certidões para exercer no estrangeiro: foram 544 no ano passado, seguindo-se a região Norte com 405 pedidos. A Secção Regional do Centro recebeu os restantes 48 pedidos durante o ano passado.
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O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, alertou para o impacto da saída de médicos do país. “O impacto desta emigração é brutal para o SNS e para “os utentes”. “São quase mil médicos a sair todos os anos do país, já viu o que é para especialidades como Medicina Geral e Familiar e Medicina Interna, que são pilares nos hospitais e nos cuidados primários?”, questionou Carlos Cortes, citado pelo DN.
O responsável acrescentou que, no último concurso para formação de especialidade, a Ordem questionou os médicos que não escolheram nenhuma sobre os motivos. “Muitos deles iam emigrar”, sublinha o bastonário, apontando o dedo à falta de atratividade do SNS, ao nível dos salários e condições de trabalho. Carlos Cortes revelou que a Ordem está a criar um gabinete de apoio aos médicos que, estando a trabalhar no estrangeiro, queiram regressar a Portugal.
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