Macron se diz ‘bastante positivo’ sobre possibilidade de aceitar acordo Mercosul-UE

O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou-se “bastante positivo” nesta quinta-feira 6 sobre a possibilidade de aceitar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, bastante criticado na França, embora tenha afirmado que permanece “vigilante”.
“Estou bastante positivo, mas continuo vigilante porque também defendo os interesses da França”, declarou Macron aos jornalistas, à margem da cúpula de chefes de Estado que antecede a COP30 em Belém do Pará.
“Fomos ouvidos pela Comissão [Europeia], que não apenas nos deu uma resposta positiva sobre as cláusulas de salvaguarda, mas também quis oferecer apoios, em especial ao setor pecuário, além de reforçar as proteções do nosso mercado interno com o fortalecimento da nossa união aduaneira”, acrescentou Macron.
Nas “próximas semanas”, a Comissão Europeia realizará um “trabalho” com o Mercosul “para que essas cláusulas sejam aceitas”, acrescentou.
Destinado a liberalizar as trocas comerciais entre a União Europeia, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o tratado foi acordado no fim de 2024.
Aprovado em 3 de setembro de 2025 pela Comissão Europeia, o texto ainda precisa ser ratificado pelos 27 países-membros antes de entrar em vigor.
Macron havia afirmado anteriormente, em várias ocasiões, que esse acordo não era “aceitável em seu estado atual”, enquanto os agricultores franceses temem uma “concorrência desleal” por parte dos sul-americanos.
“Tenho sido coerente desde o início. Disse que, em seu estado atual, não era aceitável, e é por isso que digo que está sendo modificado. E, então, se essas cláusulas forem implementadas corretamente, já que não existiam no acordo, nesse momento consideraremos que esse acordo pode ser aceitável”, afirmou o presidente francês em Belém.
Na quarta-feira, ao término de um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Presidência brasileira informou em comunicado que estavam “dispostos a assinar” o acordo durante a cúpula do Mercosul, em 20 de dezembro, no Rio de Janeiro.
CartaCapital


