Acionistas da Zumub avaliam entrada de novos investidores estrangeiros

Os acionistas da Zumub, especializada em suplementos alimentares e nutrição desportiva, vão reunir-se esta quinta-feira em assembleia geral extraordinária para avaliar a entrada de novos investidores estrangeiros no capital da empresa portuguesa.
O grupo vai deliberar sobre o “contacto com investidores prospetivos”, onde se incluem os processos de due diligence (diligência prévia) iniciados com a Rohusa Holding e a Festina Lente Schoorl, com sede nos Países Baixos.
Em apresentação e apreciação estarão as “propostas recebidas de potenciais investidores, estrutura das propostas de investimento, compra de participações e/ou aumento de capital”, de acordo com a convocatória a que o ECO teve acesso.
Outro dos pontos na agenda é “apreciação do processo iniciado pela sociedade de angariação de potenciais investidores, nomeadamente datas e contactos realizados com potenciais investidores, intermediários e consultores, tendo em vista a alteração da estrutura acionista”, segundo o mesmo documento.
Contactado pelo ECO, o fundador da Festina Lente, Indy Dontje, disse que “neste momento” não está “em condições de fornecer qualquer informação” sobre as suas “atividades ou potenciais interesses”. Os atuais investidores também não quiseram prestar declarações e a Zumub não respondeu às tentativas de contacto até ao fecho deste artigo.
A sociedade ActiveCap, liderada por Pedro Correia da Silva, João Ferreira Marques e Francisco Martins, é um dos acionistas da Zumub. A entrada no capital da startup deu-se em meados de 2021 através de um investimento no valor de dois milhões de euros. O objetivo da verba era permitir à empresa desenvolver novos produtos e alavancar o crescimento a nível nacional e também além-fronteiras.
A gestora de capital de risco portuguesa investiu através do fundo ActiveCap I – Portuguese Growth Fund, que financia projetos de expansão e otimização de empresas nacionais. Na altura, as duas empresas destacaram, em declarações públicas, a “fase de crescimento acentuado que [a Zumub] tem vindo a registar” no pós-pandemia.
Entre os acionistas estão, além da ActiveCap, o fundador e CEO (Urbano da Veiga) e outros investidores particulares. Paralelamente, a empresa tem uma participação na transportadora Delnext, com sede em Agualva-Cacém.
A Zumub teve um volume de negócios de aproximadamente 20 milhões de euros em 2023, o que significou um aumento significativo de 35% em termos homólogos. O resultado líquido é positivo e nesse ano rondava os 350 mil euros. Os capitais próprios fixavam-se em 3,41 milhões de euros e o total dos ativos nos oito milhões de euros.
Atualmente, emprega cerca de 80 pessoas. Na rede social Linkedin, é possível verificar que existem vários postos de trabalho em aberto, inclusive para os cargos de advogado in-house (interno) especializado em matérias de contencioso e compliance, programação informática (web developer) e técnico eletromecânico capaz de fazer manutenção preventiva e corretiva de equipamentos de produção para indústria alimentar.
Apesar do plano de expansão internacional, a Zumub não tem presença física noutros países, pelo que o foco é a exportação dos produtos. A título de exemplo, Itália é um dos principais mercados e, de acordo com os últimos dados disponíveis, a faturação mensal nesta geografia ronda os 100 mil euros por mês num total de mais de um milhão de euros por ano.
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