"Não foi vitória do talento ou da beleza, foi do trabalho"

Nápoles, Moreirense, Farense, Famalicão. O Benfica leva atualmente quatro vitórias consecutivas em todas as competições, algo que já não acontecia desde o início da temporada e quando Bruno Lage ainda era o treinador. Um dado simples mas que, na verdade, é o espelho da tal consistência que José Mourinho parece ter finalmente alcançado nos encarnados.
Ao mesmo tempo, o Benfica também não sofreu golos nos mesmos quatro jogos, algo que também já não acontecia desde o início da temporada, e garantiu que pelo menos mantém as distâncias para FC Porto e Sporting, sendo que os leões só entram em campo esta terça-feira contra o V. Guimarães. A nível individual, Pavlidis voltou a marcar e não só cimentou o posto de melhor marcador do Campeonato, com 14 golos, como chegou aos 50 golos de forma global pelos encarnados.
Depois do apito final, na zona de entrevistas rápidas, José Mourinho reconheceu que foi uma vitória “merecida, mas difícil”. “Vitória merecida, mas não bela. Não foi uma vitória do talento nem da beleza de jogo que já tivemos neste último mês, em que fizemos grandes jogos, mas foi uma vitória do trabalho, da organização defensiva, do rigor e da humildade. Contra uma equipa que é a primeira vez que perde fora de casa, a primeira vez que não faz golo fora de casa. Contra uma equipa boa, com jogadores bons. Vitória merecida. Se alguém poderia ter feito mais golos éramos nós, apesar de não termos feito um grande jogo ofensivamente. O Trubin pouco fez na contribuição do resultado”, começou por dizer, abordando depois a estratégia para o jogo.
O ????Benfica não sofre golos há 4 jogos, o melhor registo continua a ser a série das 7 partidas iniciais da época.
Somando os registos de triunfos e golos, esta é a melhor série encarnada em 2025/26:????4V, 9-0 golos (dez.)
????4V, 6-0 golos (ago.) pic.twitter.com/8vkjpv9rgy
— Playmaker (@playmaker_PT) December 22, 2025
“Não encontrámos muito a profundidade. As características do Pavlidis não são propriamente essas. Ele estava a jogar muito bem e em grande empatia de jogo com o Barreiro, numa alternância no baixar e procurar a profundidade. O Aursnes dava-nos esta solidez que apresentámos, mas menos agressividade na profundidade. Mas jogos parecidos com este… Já empatámos aqui e hoje não empatámos, ganhámos. Tivemos solidez, a equipa esteve compacta, solidária, e quando não se joga muito bem é preciso ser compacto, humilde e trabalhar bem. Fomos os merecidos vencedores”, acrescentou.
Por fim, José Mourinho explicou o que se passou com Tomás Araújo, que saiu aparentemente indisposto nos primeiros minutos da segunda parte. “Doente. Jogou doente, medicado. Ao intervalo já estava com alguns sintomas que estavam a crescer, estava a sentir alguns tremores, as febres estavam a subir. Chegou a altura de sair e temos o António, quando sai um entra outro e as coisas ficam iguais”, terminou.
Gianluca Prestianni foi a novidade de Mourinho no onze inicial, muito face à ausência de Leandro Barreiro, e acabou por ser eleito o melhor jogador em campo. “Sabíamos que ia ser um jogo difícil, mas graças ao trabalho de todos conseguimos tirar o melhor de cada um e somar os três pontos, que era o mais importante. Trabalho dia a dia para poder ter minutos e aproveitar as oportunidades. Não vai sair sempre tudo bem, mas vou dar sempre 100%”, disse o argentino, dedicando ainda a vitória aos adeptos.
????Quinta vitória do ????Benfica pela margem mínima na Liga Betclic 2025/26.
Três dos cinco triunfos foram com golos da vitória de ????????Pavlidis de grande penalidade:0-1 Estrela da Amadora2-1 Gil Vicente
1-0 Famalicão pic.twitter.com/IqhkO7AhY7
— Playmaker (@playmaker_PT) December 22, 2025
A surpresa do pós-jogo, porém, ficou reservada para Miguel Ribeiro, presidente do Famalicão, que surgiu na sala de imprensa do Estádio da Luz para se dirigir aos jornalistas. “Começo pelo mais importante, que é desejar boas festas a todos. E ótimo ano de 2026, a todos aqui, portugueses, adeptos do Famalicão. Entendo que o que vivemos aqui hoje é caso para ser estudado pelo IPMA. Assistimos a uma réplica do ciclone dos Açores e lamento que um clube que está a crescer, um treinador que tem proposta de jogo com qualidade, seja vítima de uma réplica do ciclone dos Açores. Estamos longe, mas será algo para ser estudado pelo IPMA, não encontro outra instituição para o fazer”, vincou, comparando o lance da grande penalidade de Justin de Haas sobre Otamendi ao do penálti cometido por Tiago Duarte sobre Hjulmand nos Açores, na semana passada, no jogo da Taça de Portugal entre o Sporting e o Santa Clara.
observador



