Três militares querem chegar a Belém

Não um, não dois, mas três. Este pode ser o número de militares que irão concorrer à Presidência da República, caso o tenente-coronel Pedro Tinoco Faria consiga ‘arregimentar’ as assinaturas necessárias para o seu nome constar no boletim de voto. Oficial polémico, Pedro Tinoco de Faria foi o primeiro dos três a fazer sucesso nas televisões com os seus comentários contundentes – muitos dos seus camaradas ficam tristes com o tempo de antena que lhe foi (e é) dado, embora Tinoco de Faria não deixe de dizer as suas verdades acusando «a maçonaria de mandar na tropa».
Pedro Tinoco de Faria anda ansiosamente nas redes sociais a pedir assinaturas para a sua candidatura, mandando ‘bocas’ aos outros concorrentes, e já lá vamos.
O segundo militar que poderá avançar, também se tornou conhecido na televisão, a comentar a guerra na Ucrânia, e já avisou as hostes que só decidirá se avança ou não depois das autárquicas. O major-general Isidro Morais Pereira não descarta o apoio de nenhum partido, e já anunciou: «Não enjeito o apoio dos partidos porque os partidos fazem parte da democracia portuguesa. O Chega mereceu um apoio significativo dos portugueses, teve mais de um milhão de votantes, é o segundo partido mais representado na nossa Assembleia da República. Não há razão nenhuma para que não aceitasse esse apoio».
Almirante, o único garantidoMas o único candidato oficial, e que segundo a maioria das sondagens tem fortes possibilidades de ir à segunda volta e ganhar, é o almirante Henrique Gouveia e Melo. O antigo comandante da Marinha ganhou notoriedade com o programa da vacinação da covid-19, e uns anos depois decidiu sair da ‘tropa’ e anunciar a sua candidatura oficial a Belém. O anúncio do seu mandatário nacional, Rui Rio, fez a temperatura descer e houve mesmo uma sondagem na semana passada que deu empate técnico entre o almirante, Marques Mendes e António José Seguro, tendo, no entanto, a última, da CNN/SOL, publicada nesta edição, dado uma larga vantagem a Gouveia e Melo. Depois das autárquicas, logo se saberá se Gouveia e Melo será o único representante da vida militar.
Jornal Sol