Temos cada vez menos tempo para nos salvar. Polônia numa armadilha, grandes problemas pela frente

- Temos grandes problemas pela frente. Não só o número de poloneses diminuirá, mas também envelheceremos.
- A partir de 2052, para cada 100 pessoas em idade ativa, haverá mais de 100 pessoas em idade não ativa, prevê o Escritório Central de Estatística. Para efeito de comparação, em 2025, por cada 100 pessoas em idade ativa haverá “apenas” 72 pessoas em idade pós-ativa.
- A Polônia precisa se transformar em um país mais amigável aos imigrantes, o que pode ser alcançado simplificando procedimentos e atividades educacionais que promovam a diversidade. Pessoas desempregadas também devem ser ativadas, dizem especialistas do mercado de trabalho.
As previsões do Escritório Central de Estatística não são otimistas. Segundo estimativas, a população da Polônia cairá para 30,9 milhões em 2060. No final de 2023, a população do país era de 37,635 milhões. Isso significa que nos próximos 35 anos o número de poloneses diminuirá em 6,735 milhões.

Não só haverá cada vez menos pessoas, mas elas também envelhecerão. Estima-se que em 2060 o número de pessoas em idade ativa na Polônia será de aproximadamente 15 milhões (comparado a 21,7 milhões em 2025). Por sua vez, o número de pessoas em idade pós-trabalho será de cerca de 11 milhões, em comparação com quase 9 milhões em 2025.

- A Polônia é e continuará sendo um país cada vez mais velho, com uma população em constante declínio. Se as previsões se concretizarão dependerá das políticas implementadas, mas pode-se presumir – olhando os dados sobre nascimentos – que as previsões podem se concretizar, e é possível que ainda sejam muito positivas, especialmente quando verificadas pelos dados de 2023 e pela baixa taxa de fertilidade recorde – comenta Oskar Sobolewski, especialista em pensões e mercado de trabalho da HRK Payroll Consulting.
- A população da Polônia nos próximos anos dependerá de quantas pessoas virão ao nosso país para viver e trabalhar aqui. Atualmente, há mais de 1,1 milhão de pessoas na Polônia pagando legalmente contribuições ao ZUS, e espera-se que esse número aumente nos próximos anos. No entanto, para isso, é preciso implementar regulamentações adequadas para que haja uma política estatal coerente nessa área, acrescenta.
A Polónia deve transformar-se num país mais favorável aos imigrantesJustyna Rębiałkowska, gerente de contas principais e especialista técnica e do setor de construção da LeasingTeam Professional, enfatiza que a Polônia deve se transformar em um país mais amigável aos imigrantes, o que pode ser alcançado simplificando procedimentos e atividades educacionais que promovam a diversidade.
- Outra oportunidade para o nosso mercado de trabalho são os salários em rápido crescimento, o que pode incentivar os poloneses que trabalham no exterior a retornar ao país. Contudo, isso pode não ser suficiente. É necessário mobilizar os desempregados e os economicamente inativos e apoiar os idosos que queiram permanecer no mercado de trabalho, pelo menos através de formas flexíveis de emprego. Também são necessárias ações para aumentar o emprego das mulheres e incentivar as famílias a terem filhos, ou seja, sobretudo, auxílio ao retorno dos pais ao trabalho após a licença parental e maior e melhor disponibilidade de creches e jardins de infância. Os empregadores, por sua vez, deveriam estar mais abertos a empregar pais em meio período, diz Justyna Rębiałkowska.
Quando se trata de ações sistêmicas, de acordo com Justyna Rębiałkowska, mais ênfase deve ser dada à promoção da saúde e da aptidão física, bem como ao planejamento demográfico de longo prazo.
- O que tenho em mente aqui é uma política pró-família e investimentos em educação e educação continuada, que prepararão melhor os funcionários para as exigências dinâmicas do mercado. Uma coisa é certa: para mitigar os efeitos das mudanças demográficas e garantir a estabilidade econômica na Polônia, são necessárias ações coordenadas e bem planejadas, acrescenta.
Oskar Sobolewski fala em tom semelhante. Em sua opinião, a política deve abranger tanto a reativação de desempregados quanto daqueles cujos empregos serão liquidados devido a mudanças no mercado de trabalho.
- Não há como negar que, sem pessoas vindas de outros países para a Polônia, a situação pode ser difícil, especialmente porque muito mais pessoas estarão entrando na idade pós-produtiva. As políticas nessa área também devem incluir maiores incentivos ao trabalho para pessoas com 50 e 60 anos ou mais, a fim de adiar o momento da aposentadoria. Seria melhor iniciar mudanças na idade de aposentadoria, visando igualá-la e aumentá-la – comenta Oskar Sobolewski.
Não haverá ninguém para trabalhar pelas pensões. "Mudanças no sistema previdenciário são necessárias"O Escritório Central de Estatística prevê que, a partir de 2052, haverá mais de 100 pessoas em idade não ativa para cada 100 pessoas em idade ativa. Para efeito de comparação, em 2025, por cada 100 pessoas em idade ativa haverá “apenas” 72 pessoas em idade pós-ativa.
Também vale a pena citar dados do Eurostat, que mostram que, na última década, a Polônia registrou o maior aumento na taxa de encargos com pensões (a relação entre o número de idosos com 65 anos ou mais e o número de pessoas em idade ativa) entre todos os países da União Europeia — em até 10,4 pontos percentuais. Vale acrescentar também que, apesar do maior aumento, esse indicador não é o mais alto da Polônia. Valores mais elevados em 2023 foram registados em Portugal (38%), Itália e Finlândia (ambos 37,8%). As taxas mais baixas foram registradas em Luxemburgo (21,5%), Irlanda (23,2%) e Chipre (24,7%). No nosso caso foi de 29,3%.
- Espero que em 2025 a idade de aposentadoria seja igualada e aumentada. Mudanças no sistema previdenciário são necessárias. Esta é uma das razões pelas quais a reforma é necessária. Devemos começar a implementar mudanças o mais rápido possível, não apenas aquelas relacionadas à idade de aposentadoria, mas também uma reforma mais ampla da saúde e do mercado de trabalho para pessoas com mais de 50 anos, comenta Oskar Sobolewski.
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