Especialista explica causa do apagão na Península Ibérica: uma combinação de muitos fatores e depois um efeito dominó

Uma combinação de muitos fatores que poderiam ser controlados individualmente, mas que aconteceram em um momento e então ocorreu o efeito dominó — essas foram as causas do apagão que paralisou a Espanha e Portugal na segunda-feira, disse o Dr. Hab. em entrevista ao PAP. Inglês: Henryk Kocot da Universidade de Tecnologia da Silésia.
A falha ocorreu na segunda-feira por volta do meio-dia. A queda de energia paralisou o trânsito, deixou aviões em solo, parou trens e deixou muitas pessoas presas em elevadores e vagões do metrô. Os hospitais operaram em modo de emergência. Na terça-feira, o fornecimento de energia elétrica foi estabilizado, mas os efeitos da queda ainda são sentidos. A causa ainda é desconhecida, os serviços portugueses afirmaram que não foi resultado de um ataque hacker.
Com base no conhecimento disponível até o momento, na minha opinião, a causa da falha foi uma combinação de alguns fatores que, individualmente, são menos importantes e poderiam ser controlados, e que, neste caso, se sobrepuseram. Por enquanto, porém, essas são apenas especulações", afirmou o Dr. Hab. disse ao PAP. Inglês: Henryk Kocot, prof. Universidade de Tecnologia da Silésia.
O especialista acrescentou que os operadores de sistemas de um determinado país monitoram diariamente a segurança das redes elétricas. "A Espanha certamente faz o mesmo, mas aqui tivemos o efeito dominó mencionado anteriormente. A automação é um sistema de vasos comunicantes. Se, por algum motivo, um elemento do sistema é desligado, a carga é assumida por outros elementos, que então passam a trabalhar no limite de sua capacidade. Quando estão sobrecarregados, o problema se agrava cada vez mais, e o processo começa a se autoalimentar", destacou.
Questionado se falhas dessa magnitude poderiam, hipoteticamente, ser causadas por fatores climáticos, como um aumento repentino de temperatura, o cientista confirmou, embora com algumas ressalvas.
Um aumento repentino de temperatura pode ser a causa de um apagão, porque em temperaturas mais altas a capacidade de transmissão da rede é menor, a capacidade de produção das usinas termelétricas também é reduzida e, por outro lado, mais aparelhos, como ar-condicionado ou sistemas de refrigeração, são ligados. Mas os processos térmicos têm uma constante de tempo longa, não são rápidos e, além disso, os operadores do sistema monitoram as previsões e estão preparados para diversas situações. Portanto, prefiro não atribuir a falha ao clima – no entanto, não sei quais eram as condições climáticas nesta área ontem”, disse ele.
Kocot estimou que as causas da falha não seriam conhecidas até algum tempo depois. “Estas são análises longas e extensas de registradores de eventos no sistema e trabalham com modelos ao tentar recriar a situação que ocorreu”, disse o cientista do Departamento de Engenharia de Energia e Controle de Sistemas da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade de Tecnologia da Silésia.
O especialista também enfatizou que o retorno à situação inicial após um apagão dessa magnitude não acontece apenas acionando um interruptor.
Se a falha for de médio porte, por exemplo, durante uma tempestade, uma estação falha e a cidade – ou parte dela – fica sem energia. Nesse caso, todo o sistema funciona, apenas temos uma interrupção local. Depois que o tempo melhora e os reparos são feitos, a energia é religada e a energia elétrica pode fluir para as residências novamente. No entanto, se todas as peças desse quebra-cabeça foram dispersas, então estamos lidando com a montagem do quebra-cabeça – peça por peça, e depois a montagem. Primeiro, usinas elétricas menores e locais são colocadas em operação em uma cidade, depois em outra, e então o sistema precisa ser sincronizado como um todo. Isso pode levar vários dias", destacou Kocot.
O especialista também lembrou que existe um sistema comum na Europa em que todos trabalham para todos, embora isso dependa da localização e do tamanho de cada país. "Se um problema como o de ontem ocorresse na Alemanha, por exemplo, provavelmente o sentiríamos muito", disse ele.
Ele acrescentou que, no caso de tais falhas, o primeiro passo de um país vizinho é tentar se isolar das áreas perigosas, "mas então você tem que estar bem equilibrado dentro do seu próprio país".
Ciência na Polônia, Agnieszka Kliks-Pudlik (PAP)
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