Crime organizado recruta migrantes por meio de fraude, diz Governo de Michoacán


MORELIA, Michigan (apro).- Após uma série de prisões de supostos criminosos de países sul-americanos neste estado, o Secretário-Geral do Governo, Carlos Torres Piña, reconheceu que muitos desses indivíduos foram recrutados pelo crime organizado, seja à força ou voluntariamente.
Em entrevista coletiva, o funcionário revelou que a Procuradoria-Geral do Estado de Michoacán (FGE) realizou nos últimos meses um estudo comparativo sobre estrangeiros detidos naquele período, que determinou que muitos deles foram enganados para ingressar no país com a promessa de que ajuda chegaria aos Estados Unidos, enquanto em outros casos ingressaram voluntariamente.
Em alguns casos, disse Torres Piña, os recrutas são ativos úteis para organizações criminosas que operam em áreas altamente conflituosas, como a região de Tierra Caliente, porque possuem habilidades específicas, como o manuseio de diferentes tipos de armas e outros conhecimentos militares.
Ele comentou que grupos criminosos têm aproveitado as condições vulneráveis da migração para fortalecer suas operações com cidadãos estrangeiros, mas rejeitou a noção de que essa situação tenha levado certas regiões do estado a uma dinâmica de guerrilha como a vivenciada em países como Colômbia e outros.
Por isso, o Secretário de Governo pediu aos estrangeiros que permaneçam vigilantes para evitar cair nas mãos do crime organizado, pois o resultado nesses casos é sempre prisão ou morte.
Carlos Torres indicou que, em conjunto com órgãos federais e cooperação internacional, estão sendo tomadas ações para fortalecer a vigilância das rotas migratórias, com o objetivo de coibir o uso de migrantes pelo crime organizado.
No início desta semana, nove estrangeiros — oito da Venezuela e um de Honduras — foram presos no município de Apatzingán. Eles seriam integrantes de uma célula criminosa e estavam de posse de nove contêineres para artefatos explosivos improvisados e 25 explosivos perfurantes de pneus.
Este foi o resultado de um deslocamento operacional de elementos da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Secretaria de Defesa Nacional (Defesa) na região de Tierra Caliente.
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