Superpeso imparável! Moeda mexicana atinge mínimas anuais em relação ao dólar após dados de inflação dos EUA e trégua comercial

O peso mexicano se valorizou significativamente na terça-feira, 13 de maio, atingindo seu melhor nível do ano em relação ao dólar, impulsionado por dados de inflação melhores que o esperado nos Estados Unidos e pelo otimismo renovado em relação à trégua comercial entre os EUA e a China. Os mercados aguardam a próxima decisão do Banxico.
A moeda nacional mostrou força notável nos mercados de câmbio, refletindo maior confiança dos investidores e uma perspectiva econômica mais estável, pelo menos no curto prazo.
O peso mexicano valorizou-se em cerca de 1,08% a 1,1% durante o dia. A taxa interbancária atingiu níveis de 19,39 e 19,41 pesos por dólar, níveis não vistos desde meados de outubro do ano passado. Essa força colocou o peso entre as moedas com melhor desempenho em relação ao dólar no mundo todo no dia.
Nos balcões bancários, o dólar estava cotado da seguinte forma no início do dia:
* BBVA México: Compra $ 18,68 MXN | Venda $ 19,81 MXN
* Citibanamex: Compra $18,91 MXN | Venda $ 20,06 MXN
* Banco Azteca: Compra $ 18,70 MXN | Venda $ 20,15 MXN
* Banorte: Compra $ 18,40 MXN | Venda $ 20,00 MXN
* Banca Afirme: Compra $ 18,60 MXN | Venda $ 20,10 MXN
Vários elementos circunstanciais contribuíram para esse desempenho favorável da moeda mexicana:
* Dados de inflação dos EUA: O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de abril nos Estados Unidos mostrou um aumento menor do que o previsto (0,2% mensal, 2,3% anual). Isso enfraqueceu o dólar internacionalmente, pois aumentou a especulação de que o Federal Reserve pode ter mais espaço para cortar as taxas de juros.
* Trégua comercial EUA-China: O otimismo gerado pelo acordo preliminar entre as duas maiores economias do mundo para suspender a imposição de novas tarifas reduziu a aversão ao risco nos mercados globais, beneficiando moedas de mercados emergentes, como o peso.
* Política interna mexicana: O acordo recentemente assinado pela presidente Claudia Sheinbaum com o setor privado para manter os preços das cestas básicas inalterados foi bem recebido pelos mercados, contribuindo para a estabilidade do peso.
* Trump critica o Fed: Declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, criticando o Federal Reserve também alimentaram expectativas de uma política monetária mais flexível nos EUA, pressionando a cotação do dólar para baixo.
A força do peso, embora seja uma notícia positiva para o controle da inflação e o poder de compra de produtos importados, pode representar desafios para o setor exportador mexicano, tornando seus produtos mais caros no exterior e também reduzindo os retornos denominados em pesos sobre as remessas enviadas pelos mexicanos.
Analistas financeiros monitoram de perto a evolução da taxa de câmbio. Janneth Quiroz, diretora de análise econômica e cambial da Monex, observou que "os traders continuam aguardando a reunião de política monetária do Banxico e um possível acordo comercial entre o México e os EUA, com o objetivo de aliviar a pressão sobre a economia mexicana".
Por sua vez, Gabriela Siller, diretora de Análise Econômica do Grupo Financiero BASE, destacou os três principais fatores que enfraquecem o dólar: menor aversão ao risco devido ao acordo EUA-China, expectativas de cortes nas taxas do Fed e críticas de Trump ao Fed.
Localmente, a atenção está voltada para a decisão de política monetária do Banco do México (Banxico), que será publicada na próxima quinta-feira, onde um novo corte de meio ponto percentual na taxa básica de juros é amplamente esperado. Esse movimento, embora esperado, pode influenciar o preço do peso. As projeções para maio sugerem que a taxa de câmbio pode oscilar entre 19,28 e 20,11 pesos por dólar, embora isso esteja sujeito à volatilidade gerada pelas decisões do Fed e outros eventos geopolíticos.
O peso mexicano (...) ganhou terreno em relação ao dólar na terça-feira, 13 de maio, após a divulgação dos números de inflação dos Estados Unidos. A moeda nacional fechou o dia com ganhos em relação ao dólar, refletindo a confiança dos investidores e a maior estabilidade econômica do país. – El Financiero / ABC News.
Na área de poupança para a aposentadoria, uma reportagem destacada pelo La Jornada em sua seção "Oito Colunas" revelou que os 10 maiores Afores do México acumularam lucros de US$ 134 bilhões de pesos na última década (de 2013 a março de 2025). Entre os administradores mais importantes estão Coppel, Banamex e Azteca, que administram os fundos de 68 milhões de trabalhadores. Dados do CONSAR para o primeiro trimestre de 2025 indicam que a Profuturo foi classificada como a Afore com os melhores retornos líquidos na maioria das faixas etárias. Além disso, a partir de maio, os extratos de conta do Afore incluirão uma exibição do número de semanas contribuídas para o IMSS.
No acelerado mercado de criptomoedas, o Bitcoin (BTC) continua sua alta, sendo negociado acima de US$ 104.000, enquanto o Ethereum (ETH) ultrapassa US$ 2.600, ambos com ganhos significativos nas últimas horas. Notavelmente, a capitalização de mercado do Bitcoin ultrapassou a de corporações como a Amazon.
Analistas atribuem esse momento de alta a uma confluência de fatores, incluindo um ambiente regulatório percebido como mais favorável sob o governo Trump nos EUA, a aprovação de novos ETFs de criptomoedas (fundos negociados em bolsa) e a crescente adoção institucional que consolida um clima de maior previsibilidade e confiança.
A interação entre a política monetária tradicional, a força das moedas locais como o peso, o desempenho dos sistemas previdenciários e a ascensão de ativos digitais alternativos cria um cenário financeiro complexo e dinâmico para poupadores e investidores mexicanos.
La Verdad Yucatán