Petróleo fecha em máximas de duas semanas com cortes de tarifas

Os preços do petróleo subiram cerca de 1,5% na segunda-feira, atingindo máximas de duas semanas, depois que os Estados Unidos e a China concordaram em reduzir temporariamente as tarifas, aumentando as esperanças pelo fim da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram US$ 1,05, ou 1,64%, para US$ 64,96 o barril. Os contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiram 93 centavos, ou 1,52%, para US$ 61,95. Ambos os contratos atingiram seus níveis mais altos desde 28 de abril.
Os Estados Unidos e a China suspenderam as tarifas, fazendo com que as ações de Wall Street, o dólar e os preços do petróleo bruto disparassem, na esperança de que os dois maiores consumidores de petróleo do mundo pudessem encerrar uma guerra comercial que alimentava temores de uma recessão.
"Esta foi uma redução maior do que o esperado e representa uma melhora nas perspectivas, embora o processo de negociação provavelmente continue complexo", disseram analistas do banco ING em nota.
A governadora do Federal Reserve, Adriana Kugler, disse que o acordo comercial pode tornar menos necessário que o Fed corte as taxas de juros para estimular a economia. Isso pressionou os preços do petróleo no início do pregão, já que taxas mais baixas podem aumentar a demanda por petróleo bruto.
Em abril, os preços do petróleo caíram para a menor taxa em quatro anos em meio a preocupações com a guerra comercial entre EUA e China, o que poderia prejudicar o crescimento econômico e a demanda por petróleo bruto. Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu aumentar a produção mais do que o esperado.
Na Arábia Saudita, maior produtora da OPEP, a gigante petrolífera Aramco disse que espera que a demanda por petróleo permaneça resiliente este ano e vê ainda mais potencial de alta se Washington e Pequim resolverem sua disputa comercial.
Os preços do petróleo foram apoiados depois que a empresa norueguesa de energia Equinor anunciou a suspensão temporária da produção do campo Johan Castberg, no Mar de Barents, para reparos.
No Mar Negro, as exportações da mistura CPC do Mar Negro através do sistema Caspian Pipeline Consortium estavam a caminho de cair para 1,5 milhão de bpd em maio, ante 1,6 milhão de bpd em abril.
No México, a PMI, braço comercial da empresa estatal de energia Pemex, prevê uma redução nas exportações de petróleo bruto este ano, já que mais será enviado para refinarias locais, especialmente a nova refinaria Dos Bocas.
As negociações em andamento entre os Estados Unidos e o Irã sobre o programa nuclear de Teerã podem pressionar os preços do petróleo bruto, já que o Irã é o terceiro maior produtor da OPEP, e qualquer acordo nuclear pode aliviar as sanções às exportações iranianas.
O fornecimento de petróleo bruto russo também pode aumentar nos mercados globais se as negociações mediadas pelos EUA levarem à paz entre a Rússia e a Ucrânia.
Eleconomista