A rentabilidade dos bancos alavanca o momento económico em meio a desafios persistentes

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À medida que a economia do país avança e mostra sinais de resiliência em meio à incerteza e aos temores do mercado de uma desaceleração persistente, vários setores econômicos começam a avaliar seus resultados, e um deles é o financeiro, que tem sido impactado por taxas de juros e níveis de poupança persistentemente baixos.
Nesse sentido, o recente relatório do Banco de Occidente observa que o sistema bancário colombiano mostrou sinais de recuperação nos dois primeiros meses deste ano, com um aumento no retorno sobre ativos, ou retorno sobre investimentos, para 0,92%, impulsionado por uma redução nas despesas de provisionamento e uma ligeira melhora na margem líquida de juros.
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No entanto, ele alerta que essa melhora é ofuscada por desafios estruturais que continuam afetando a rentabilidade do setor, como a carteira baixada e a queda nas restituições; que colocam o país em níveis mais baixos do que vários outros países da região.
Em termos de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), a Colômbia atingiu 7,44%, ainda bem abaixo de seus pares regionais, como México (18,07%), Peru (16,13%) e Chile (15,49%). Essa diferença se deve a um menor nível de alavancagem, menor eficiência na geração de rentabilidade sobre ativos e à rentabilidade dos bancos colombianos, que enfrentam limitações estruturais associadas à dinâmica competitiva do mercado”, afirma o relatório.

Finanças e crescimento econômico.
Imagem gerada com Inteligência Artificial - ChatGPT
Os analistas acrescentaram que as razões para esta lacuna residem em vários fatores estruturais, como o menor nível de alavancagem e a baixa eficiência na geração de retornos sobre os ativos, limitando o desempenho do sistema bancário; juntamente com um ambiente competitivo que reduz as margens de intermediação, afetando a capacidade dos bancos de aumentar seus lucros.
"Em contrapartida, países como Peru, México e Chile conseguiram consolidar maior estabilidade em sua rentabilidade bancária, já que o Peru se beneficiou de menores custos de captação e do fortalecimento da qualidade do crédito, enquanto o México manteve um forte impulso no crédito, embora enfrente riscos de desaceleração devido ao arrefecimento do ambiente econômico, com menores taxas de crescimento do emprego e um risco inflacionário latente devido à implementação de medidas tarifárias", destacaram.
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No caso do Chile, eles relataram que o país conseguiu melhorar seu perfil de risco em novos empréstimos, reduzindo despesas com provisões. Com base nisso, eles concluíram que a fragilidade do sistema bancário colombiano não se deve apenas a fatores macroeconômicos, mas também à falta de uma estratégia focada em players menores.
" Há problemas estruturais que continuam a limitar a recuperação total. Embora o contexto macroeconômico na Colômbia tenha se tornado mais favorável, com inflação em queda e política monetária menos restritiva, o número de instituições financeiras com resultados negativos continua alto", observaram.

Bancos.
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Para explicar melhor seu ponto de vista, eles observaram que, desde 2022, esse número aumentou de 6 para 29 e, apesar de pequenas melhorias, continua em níveis alarmantes. Portanto, para eles, alcançar uma recuperação sustentável exigirá avançar em medidas que fortaleçam a capacidade do setor bancário de se adaptar e crescer de forma mais robusta no contexto atual.
"O aumento do número de entidades com resultados negativos é um sinal de alerta para o setor financeiro e as autoridades. Somente uma estratégia abrangente e de longo prazo pode garantir que esses avanços não sejam efêmeros e que a rentabilidade bancária na Colômbia possa se estabilizar de forma sustentável", concluíram.
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