Vicky López, o futuro de 'La Roja' chegou.

Em julho de 2013, a Espanha retornou ao Campeonato Europeu Feminino após muitos anos. No segundo tempo da partida de abertura contra a Inglaterra, Alexia Putellas estreou em um grande torneio, marcando em sua primeira partida internacional (2 a 3). Ela tinha 19 anos. Doze anos depois, a história se repetiu na quinta-feira, em Berna, com Vicky López, que admira a nativa de Mollet. Uma estreia e um gol. Mas com algumas diferenças e nuances. López foi titular contra Portugal (jogando ao lado de Alexia) e tem apenas 18 anos.
Nada disso afetou a jovem estrela do Barcelona , que aproveitou ao máximo a oportunidade proporcionada pelo descanso que Aitana precisava após a meningite para brilhar na Euro. "Aqui não há titulares nem reservas. Vicky é Vicky e não substitui ninguém, seja jogando por dentro ou por fora. Ela é uma das 23. Ela colocou seus pontos fortes a serviço da equipe", elogiou Alexia, que sempre foi seu exemplo.
O mesmo que contra o Japão A jogadora mais jovem da seleção nacional substitui Aitana, atual vencedora da Bola de Ouro, com uma postura que desmente sua idade.Assim como no amistoso contra o Japão, ela foi titular e marcou um gol jogando como ponta direita. Montse Tomé queria dar continuidade ao que havia dado certo no amistoso em Butarque, e López não decepcionou mais uma vez. "Foi muito especial porque quando me disseram que eu seria titular na minha primeira Euro, fiquei muito feliz. É muito emocionante, e sempre me lembrarei deste dia", confessou, ainda no chuveiro, de babador, no Estádio Wankdorf. "Tento aproveitar ao máximo cada minuto que me dão, ser eu mesma aos poucos, e estou feliz pela confiança da Montse e pelos minutos que ela me dedicou", expressou sua gratidão à técnica da seleção por tê-la escolhido.
Foi apenas sua décima primeira partida internacional e seu quarto gol. Após um passe de Mariona, ela se jogou no chão para finalizar e fazer 2 a 0. "Para mim, é um gol lindo. Ela me disse que não foi tão legal assim, mas eu adoraria marcar um assim, me jogando no chão. Não sei se já fiz isso", disse Esther González, que entende um pouco de gols.
Data marcada "Foi muito especial quando me disseram que eu seria titular na minha primeira Euro. É muito emocionante e sempre me lembrarei deste dia", disse ele após a partida.Vicky López, que foi reserva nos Jogos de Paris, mas não jogou, é a jogadora mais jovem a marcar pela seleção nacional em um torneio continental. Seu gol, como sempre, tem uma homenagem especial: sua mãe, que faleceu em 2018. "Primeiramente, quero agradecer a Deus por me trazer aqui com apenas 18 anos. Minha mãe do céu cuida de mim, assim como minha família, que tem sido o pilar da minha vida", explicou.
A postura e a confiança com que ela jogou eram impróprias para a sua idade. Ela fez 71 passes, empatando com Alexia e Mariona, e errou apenas seis de suas 52 tentativas de passe. "Ela jogou um jogo supercompleto, muito madura e escolhendo bem o que precisava em cada jogada. Essa é a parte mais difícil no final, quando você não tem tanta experiência, mas ela jogou como se estivesse aqui há dez anos", elogiou Putellas. Um elogio de dupla Bola de Ouro.
Mas além do seu jogo entre linhas, do seu ritmo e da sua visão de jogo, López também é uma excelente dribladora. Contra Portugal, ela conseguiu acertar todas as cinco tentativas, criando algumas jogadas na área que desequilibraram a defesa portuguesa. "Eu gosto muito de driblar. Consigo fazer essas coisas e estou muito feliz", diz ela, um tanto impressionada.
Seus companheiros cuidam dela Patri Guijarro tocou músicas que ela gosta no vestiário para que ela ficasse relaxada e confortável.Mas se alguém sabe do que a jovem é capaz, são suas companheiras de equipe. Por isso, elas cuidaram dela nos momentos que antecederam a partida. Ela considera Salma Paralluelo sua irmã mais velha. E Patri Guijarro, que a conhece bem, tocou algumas músicas no vestiário que ela sabe que sua jovem companheira de Barcelona gosta, para motivá-la e deixá-la confortável, para que ela não ficasse tonta. Elas também lhe deram conselhos. "Eu deveria manter a calma, ser eu mesma, participar e me divertir em campo", revela a mais jovem.
Talvez outros se sentissem intimidados pelo desafio. Ela está radiante e animada. "No campo de treinamento, vejo que ela está indo muito bem, se divertindo", acrescenta Alexia, que afirma que o talento supera a identidade e a idade. "Ela precisou de tempo para se firmar no nível de elite, e isso é normal, porque aos 17 anos ela já competia com e contra os melhores. Todo mundo precisa dessa adaptação, e ela está mais do que adaptada agora", acrescenta. Se o presente for bom, ela ainda tem muita carreira pela frente. "Ela é tão jovem e tudo está pela frente", maravilha-se Esther.
Em casa, eles ajudam você a manter os pés no chão "Meu pai me disse que eu joguei muito bem, mas ele me criticou por alguns rebotes que não converti", revela.Vicky López aprendeu a lição e prefere se concentrar na equipe em vez de si mesma. "Estamos em ótima forma na hora de marcar. Fomos feras na hora de marcar", resumiu ela a vitória por 5 a 0 , antes de prever que a Espanha terá "uma Eurocopa muito boa".
Mas nem tudo são elogios. E, como costuma acontecer, a família exige mais do que a imprensa ou os colegas de profissão. E um telefonema a trouxe de volta à realidade. "Meu pai me disse que eu joguei muito bem e também me criticou por um rebote que caiu na entrada da área e eu não o coloquei no chão", explicou López. Aitana pode voltar a ser titular contra a Bélgica, mas a Espanha já sabe que o relógio de Vicky funciona com a precisão suíça. O futuro já chegou.
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