Eurocopa na Suíça: Uma selva cheia de feras para a Espanha

Alguns querem vingança como a Alemanha, outros querem repetir e estender seu domínio como a Inglaterra, outros consideram que sua hora chegou, como a França, a Noruega acredita que já cumpriu sua pena, e a Holanda não quer ser fogo de palha ou que seu futebol definhe. Todos querem dominar uma selva cheia de feras.
Alemanha O orgulho refundado da Alemanha“No futebol, onze jogam contra onze, e a Alemanha sempre vence.” A frase de Lineker foi muito relevante no futebol feminino, onde a Mannschaft conquistou oito Campeonatos Europeus entre 1989 e 2013. No entanto, elas pararam em 2016, após conquistarem o ouro olímpico no Rio. Desde então, não comemoraram mais. Em 2022, em Wembley, a Inglaterra as derrotou na final na prorrogação e, um ano depois, na Copa do Mundo, nem sequer avançaram para as oitavas de final, sendo eliminadas. O bronze em Paris também não agradou à Alemanha.
Grandes problemas exigem medidas catastróficas, pensou Wück, o técnico que assumiu o time há menos de um ano. Ele deixou de fora o atacante Anyomi, que marcou 14 gols pelo Eintracht, e o zagueiro Rauch por criticarem seu sistema. E essa reformulação está começando a dar frutos.

Jule Marca YI
ANNA SZILAGYI / EFEA Alemanha está invicta em 2025 e volta a marcar gols com facilidade. Jule Brand, recém-contratado pelo Olympique Lyonnais de Giráldez, e as jogadoras do Bayern, Lea Schüller e Karla Bühl, costumam atuar no ataque, onde não faltam talentos, com Freigang, Selina Cerci e Cora Zicai em forte atuação. A proximidade da Alemanha com a Suíça a torna uma segunda anfitriã, e já sabem que nas duas últimas edições, Inglaterra e Holanda foram profetas em casa. Desta vez, ingleses e holandeses formam, junto com a França, o grupo da morte. Apenas dois avançam.
Inglaterra A veia inglesa vai ainda mais longe.Parece que tudo o que Sarina Wiegman toca funciona como mágica. Só a Espanha conseguiu deter a sua seleção inglesa. Fizeram isso na final da Copa do Mundo, na final da Liga das Nações e em Cornellà, em junho. As inglesas defendem o trono que conquistaram em casa há três anos e precisam fazê-lo sem a goleira Mary Earps, a zagueira Millie Bright e a meia Kirby, que colocaram suas carreiras internacionais em espera.
Mal notaram a saída das três. Lauren Hemp (City) e Lauren James (Chelsea) são duas das alas mais desequilibradas que existem; no centro, Beth Mead (Arsenal) vê o futebol como poucas entre as linhas (sua assistência foi para o gol na final da Liga dos Campeões ) e a artilheira Russo, também Gunner, está em alta: 20 gols nesta temporada.
Holanda A 'outra Inglaterra' não esqueceA "outra Inglaterra" não se esqueceu. A Holanda, comandada por Jonker, ex-assistente técnico de Van Gaal, perdeu espaço no cenário internacional, mas apenas como seleção. Dez dos 23 jogadores convocados jogam no campeonato inglês e conhecem bem o segundo adversário. Entre eles está o goleiro Van Domselaar, campeão da Liga dos Campeões pelo Arsenal.

Jacky Groenen e Shanice van de Sanden durante uma sessão de treinamento
BART STOUTJESDIJK / EFEJackie Groenen também jogou pelo Chelsea e pelo United, mas em 2022 assinou com o PSG. A meio-campista esbanja personalidade, a ponto de jogar com a camisa 14 de Cruyff nas costas. Ela já estava no time que venceu em 2017, assim como a lenda Spitse, uma meio-campista que soma 244 jogos pela seleção após estrear pela seleção principal em 2006. Groenen é a faísca, ela é a resiliência.
França Troca da guarda na França.Laurent Bonadei, o novo técnico da seleção, começou do zero. Fora com os traumas, fora com as doenças. Ele se abriu e arejou o ambiente. Ele considerou necessária uma mudança de ritmo depois de tantas vezes saindo de mãos vazias. Sempre perto, sempre longe, Les Bleues ainda buscam seu primeiro grande troféu. E não poderia ser nas Olimpíadas. O técnico disse chega e deixou o lendário zagueiro Renard e Le Sommer, artilheiro da seleção com 94 gols, em casa. A França busca novos modelos para se juntar ao ponta Bacha e ao atacante Katoto (agora companheiros de equipe no Lyon), e muito se espera de Clara Mateo, a melhor jogadora do campeonato do país, após marcar 18 gols em 19 partidas pelo Paris FC, que Bonadei trouxe de volta. Devido à idade, o zagueiro Lakrar, do Real Madrid, o atacante Malard, do United, e a estreante Kelly Gago, do Everton, também são maduros o suficiente para assumir o comando e pôr fim ao azar que assombra o país.

Maria Antonieta Katoto
GIAN EHRENZELLER / EFEA Noruega conquistou os dois títulos contra a Suécia (1987) e a Itália (1993), mas perdeu quatro finais (2013, 2005, 1991 e 1989). O país era uma potência, mas se desintegrou. Desde 2015, venceu apenas uma fase eliminatória em um grande torneio (na Copa do Mundo de 2019, contra a Austrália, nos pênaltis) e também conquistou dois Campeonatos Europeus sem passar da fase de grupos.

Caroline Graham Hansen
Carina Johansen / AP-LaPresseEles têm muitos nomes para escolher, com Graham Hansen, Ada Hegerberg, Engen, Reiten, Maanum e Terland, seu mais novo talento que brilhou no Manchester United. Eles só precisam se unir e acreditar em si mesmos novamente. Não há meio-termo.
lavanguardia