USMCA à vista: Ebrard anuncia revisão para o segundo semestre de 2025 em meio a críticas de Trump e expectativas de nearshoring

O secretário de Economia, Marcelo Ebrard, anunciou hoje, 13 de maio de 2025, que a revisão do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) pode ser antecipada para o segundo semestre de 2025, em meio a críticas anteriores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e ao interesse do México em capitalizar o nearshoring.
O futuro do principal acordo comercial da América do Norte se tornou uma questão central na agenda econômica e política, com implicações significativas para todos os três países membros.
Durante sua participação em um fórum organizado pela Confederação de Empregadores da República Mexicana (COPARMEX), o Secretário Marcelo Ebrard Casaubón estimou que o processo de revisão do USMCA, originalmente previsto para 2026, poderia começar no segundo semestre de 2025. Ebrard sugeriu que esse avanço "poderia ser conveniente para nós (México)", pois permitiria ao país ter maior clareza sobre como o tratado operará em relação a outras regiões do mundo e, fundamentalmente, competir de forma mais eficaz com a Ásia.
O USMCA, que entrou em vigor em julho de 2020, substituindo o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), tem uma cláusula de revisão a cada seis anos. A expectativa por essa revisão surge em um momento em que o México busca consolidar sua posição como um destino atraente para a realocação da cadeia de suprimentos, um fenômeno conhecido como nearshoring .
Este anúncio não pode ser dissociado das recentes declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Em 6 de maio, Trump criticou o suposto descumprimento do acordo pelo México e Canadá, afirmando que o USMCA "tem sido muito eficaz, mas as pessoas precisam respeitá-lo" e antecipou que ele seria "renegociado muito em breve". O governo Trump expressou consistentemente seu desejo por "melhores termos comerciais" para os Estados Unidos.
A posição do México, reiterada pela presidente Claudia Sheinbaum, tem sido defender o tratado, enfatizando que os Estados Unidos também precisam do México como parceiro comercial.
O secretário Ebrard enfatizou as "enormes oportunidades" que a situação atual e uma revisão estratégica do USMCA poderiam oferecer ao México, especialmente no contexto do nearshoring . Ele mencionou setores com grande potencial, como o desenvolvimento de semicondutores, a fabricação de instrumentos e equipamentos médicos e o refino de minerais essenciais como o cobre — áreas onde o México tradicionalmente tem participação limitada. Para aproveitar essas oportunidades, Ebrard enfatizou a necessidade de o México se dedicar a ser "o mais competitivo, o mais organizado, o mais eficaz".
O avanço da revisão é visto por alguns analistas como uma ação proativa do México para se posicionar estrategicamente para uma possível mudança na administração dos EUA ou para alinhar melhor o tratado com a dinâmica do nearshoring . A insistência de Ebrard na interdependência regional ("os EUA precisam do México" e da necessidade de "competir com a Ásia") busca reforçar a narrativa de uma aliança estratégica benéfica para toda a América do Norte contra outros blocos econômicos globais.
"A realidade levará você a integrar mais a sua região (...) você precisa da região, tanto do México quanto do Canadá, para coisas diferentes, para poder competir com a Ásia. Ou seja, você não pode estar nas duas faixas, mas estimo que será no segundo semestre do ano (da revisão)." — Marcelo Ebrard, Secretário de Economia
Do Canadá, o primeiro-ministro Mark Carney também já havia indicado a necessidade de fazer mudanças em certos aspectos do acordo trilateral. Em nível nacional, especialistas comentaram que uma revisão antecipada poderia ser fundamental para fortalecer o comércio exterior mexicano. A COPARMEX, como anfitriã do fórum onde o anúncio foi feito, desempenha um papel relevante como interlocutora do setor empresarial.
Embora uma revisão antecipada possa gerar alguma incerteza de curto prazo para os investidores, uma negociação bem-sucedida pode consolidar a posição econômica do México. No entanto, o risco de concessões desfavoráveis sob pressão também está presente, o que exigirá uma estratégia de negociação robusta por parte do governo mexicano.
Você acha que avançar na revisão do USMCA é uma boa estratégia para o México? Compartilhe sua análise nos comentários.
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La Verdad Yucatán